HOTÉIS PARA SONHAR


Viagens de sonhos sempre pedem hospedagem à altura. A
seguir, cinco hotéis ao redor do mundo que fazem toda a diferença e dão um
toque de classe ao seu roteiro. Cada um deles têm personalidade, geografia e
arquitetura próprias. Há uns repletos de histórias, e que já viraram até
cenário de best seller, outros exóticos e outros ainda totalmente modernos. Embarque
nessa top list!





FOUR SEASONS BÓSFORO,
ISTAMBUL
– Desnecessário dizer que tem uma das melhores vistas da mais
cosmopolita cidade da Turquia: ele ocupa um palácio otomano do século 19, bem
em frente ao Bósforo, que divide a Europa e a Ásia. Com atendimento impecável,
tem restaurantes, bares e cafés, que oferecem culinária típica e internacional,
além de um spa cinco estrelas, onde você pode conhecer o verdadeiro banho
turco. Fotografado de todos os ângulos por aqueles que fazem os passeios de
barco pelo estreito, é considerado um dos mais tops do país, seja pelo serviço
super diferenciado, pelas instalações ou pela própria localização, por si só um
cartão-postal. Ficar sentado em uma de suas varandas ou restaurantes,
assistindo ao pôr do sol de Istambul sempre será uma experiência única porque
esse cenário traduz perfeitamente a magia da cidade. www.fourseasons.com/bosphorus


ME LONDON, INGLATERRA – É um hotel
lifestyle, moderno, repleto de design e o mais recente da marca ME by Meliá,
que foi aberto há apenas seis meses e já concorre a prêmios internacionais. Fica
na Marconi House, a casa londrina original da rádio BBC. O perfil de seus
hóspedes? Gente mais cult e fashion. São 157 apartamentos, incluindo 16 suítes
e a super luxuosa ME, uma penthouse de dois pisos na cobertura do edifício. A
gastronomia ganhou espaço privilegiado: há o bar Radio, na cobertura, com uma
vista da cidade de perder o fôlego, o STK (steakhouse), o Cucina Asellina, de
comida italiana, e o Marconi Lounge, aberto o dia inteiro.
www.MELondonUK.com

 


PALAIS NAMASKAR,
MARRAKESH
–  Esse resort localizado
em uma das cidades mais famosas do Marrocos, conseguiu unir o lúdico ao luxo. É
rodeado por 50 mil metros quadrados de jardins de inspiração balinesa, com
cascatas e lagos. Além disso, foi totalmente construído seguindo orientações do
feng shui e seu design mistura bem elementos orientais à tecnologia
contemporânea, com toques mouriscos e andaluzes. Oferece 41 suítes, além de
vilas e palácios. Detalhe: o hotel coloca à disposição dos hóspedes um jato
particular, decorado no mesmo estilo, que faz o percurso até Casablanca em
apenas 30 minutos. Vida de marajá não tem preço! www.palaisnamaskar.com

 

HOTEL BRUNELLESCHI,
ITÁLIA
– Que tal se sentir um personagem de Inferno, o mais novo livro de Dan Brown? Basta passar alguns dias
nesse hotel, no centro histórico de Florença, localizado a poucos passos de
algumas das mais importantes atrações da cidade. O hotel, já citado pelo autor
best seller em O Código da Vinci, novamente
é cenário de parte da trama. De carona no livro, há até um tour guiado de
quatro horas no caminho percorrido pelos principais personagens, como o Palazzo
della Signoria, Basílica de Santa Maria Del Fiori e a Casa e Igreja de Dante.
Preste atenção na torre semicircular bizantina, do século 6, onde ficam a Tower
Suíte, uma igreja medieval e seus dois restaurantes. www.brunelleschihotelflorence.com

ST. REGIS BAL
HARBOUR, MIAMI
– É o mais novo cinco estrelas desse tranquilo balneário,
que fica a apenas 15 minutos de South Beach. Esse cinco estrelas está instalado bem em frente ao
elegante shopping Bal Harbour, que abriga algumas das marcas mais estreladas do
planeta –basta atravessar a rua e encontrar lojas da Louis Vuitton, Chanel,
Cartier… só para citar algumas. Construído em estilo futurista, é totalmente
hi-tech –tudo ali é controlado por tablets, até mesmo a iluminação do espaçoso
closet. Há espelhos e cristais por toda a parte, além de praia particular, spa
com tratamentos dos deuses e um ótimo restaurante de cozinha internacional.
Seus apartamentos e suítes têm varandas gigantes de frente para o mar que nos
fazem esquecer do mundo. www.stregisbalharbour.com
 


 

DIANA ESTÁ DE VOLTA!

POR SIMONE
GALIB

O filme
Diana, que estreia no próximo dia 5, no Reino Unido e dia 25 de outubro aqui no
Brasil, já vem cercado de polêmica –e muita curiosidade. Nem poderia ser
diferente. Afinal, tudo o que diz respeito à princesa de Gales sempre foi
notícia e mobilizou opiniões mundo afora. Até hoje, a trajetória de Diana
continua nítida em nossa lembrança. Suas fotos surgem com frequência em revistas internacionais e diariamente nas mídias
sociais –ela é uma das personagens mais postadas no Facebook, especialmente nas
páginas de seus filhos, Harry e William e agora até mesmo na de seu neto, o
pequeno príncipe George, com direito a milhões de likes. A estrela de Diana continua brilhando!

 Dirigido pelo alemão Oliver Hirschbiegel (de A Queda e As Últimas Horas de Hitler), o filme conta os dois últimos anos na
vida de Lady Dy, destacando sua luta pessoal contra as minas terrestres na
África, o assédio ininterrupto da imprensa e o romance com o cirurgião Hasnat
Khan, de origem paquistanesa, e considerado por aqueles que conviviam com o
casal como o grande amor de Diana. Ele é interpretado por Naveen Andrews (sim,
o Sayid da série Lost). A história
também mostra o momento conturbado em que a princesa rompe com o médico e vai viver
um romance com o empresário e playboy milionário egípcio Dody Al Fayed que, aliás, estava
com ela quando o carro perdeu o controle e bateu em um túnel de Paris, no dia
31 de agosto de 1997, provocando a morte de ambos. Já são 16 anos sem Lady Di!

  

  “Essa é uma história que precisa ser contada, é uma história importante. Mas foi a coisa mais difícil que já fiz.” (Naomi Watts)


Além de revisitar um pequeno trecho da
vida de uma mulher que sempre atraiu multidões por seu charme, beleza, carisma
e muita atitude, a caracterização da atriz australiana Naomi Watts como Diana
dá um toque de classe à trama. Indicada ao Oscar de melhor atriz por sua
atuação em 21 Gramas (2004) e O Impossível (2013), Naomi não
esconde de ninguém o quanto foi difícil viver Diana no cinema: “Houve
muita hesitação da minha parte antes de eu aceitar (o papel)”, disse. “Mas
eu também sabia que os melhores papéis vêm com um risco. No final, decidi que
não poderia deixar de fazê-lo. Essa é uma história que precisa ser contada, é uma
história importante, mas foi a coisa mais difícil que eu já fiz”, afirmou.

   


              “A permissão de Diana me foi concedida.”
Recentemente, o tabloide britânico Daily Mail, publicou uma entrevista da
atriz em que ela dizia ter recebido uma permissão da princesa morta para
assumir seu papel no cinema. “Eu fiquei perguntando a mim ‘será que ela
gostaria disso? Então eu me encontrei constantemente pedindo permissão para
prosseguir. Eu me informei muito sobre Diana e sua vida, e senti uma enorme
responsabilidade em interpretar essa mulher icônica”. Watts disse ainda que
chegou a sentir como se estivesse passando bastante tempo com Diana. “Houve um
momento específico em que eu senti que a permissão dela foi concedida”, contou.

 
Para incendiar ainda mais essa fogueira, o mesmo jornal publicou uma
entrevista com o médico Hasnat Khan, que teria sido o grande amor de Diana e
virou um dos principais personagens do filme. Ele disse que o filme “errou tudo”.
O cirurgião, que nos últimos 16 anos guardou silêncio sobre os detalhes de seu
relacionamento com Diana, diz que o filme “é baseado em fofocas”, acrescentando
que o roteiro partiu “dos amigos de Diana, que falaram sobre um relacionamento
sobre o qual não sabiam muito, e de alguns parentes meus, que também não sabiam
muita coisa”.

O fato é que o trailer, com
duração de menos de dois minutos, já está circulando com força na internet. A
imprensa britânica o considerou “suave demais”. Para o jornal The Guardian, “o trailer apresenta a
princesa com uma luz de santidade, idealizada, romântica e pura”. Pelo que vi,
a caracterização de Diana por Naomi Watts está na medida certa. E torço
sinceramente para que o filme consiga mostrar a essência de uma mulher que
tinha personalidade, brilho próprio, muita elegância e que escandalizou a
realeza por quebrar protocolos, usando o seu título para fazer alguma coisa em
prol de pessoas mais humildes. Diana buscava uma felicidade que não se limitava aos palácios. Ela queria ser o
que realmente era: uma mulher inteligente e do bem. Não por acaso virou princesa com direito
a um longo reinado, agora reforçado e ainda mais eternizado pelo cinema. Que
seja sempre bem-vinda!







A NOITE EM QUE DORMI NO DESERTO…

O pôr do sol em Wadi Rum, momento único no deserto, que fica no sul da Jordânia

   O
deserto é um lugar que desperta fantasias, ocupa o imaginário coletivo,
tem sempre um quê de cenário de filme ou daquelas histórias de mil e
uma noites, especialmente para nós, que vivemos do lado de cá, longe das
tempestades de areia, da vida nômade e do silêncio, só quebrado muitas
vezes pelo vento ou pelo motor off road dos jipes que hoje substituem os
camelos para travessias repletas de adrenalina.



   Agora, imagine passar
uma noite em um local, praticamente intocado pelo tempo ou
pela mão do homem, sem ao menos ter planejado nada? Foi exatamente assim
que eu e minha amiga, Patrícia Lima -eterna companheira e cúmplice de
viagens inesquecíveis- aterrissamos em Wadi Rum, no sul da Jordânia.  Ainda por cima, era lua cheia!



   Depois de
duas horas e meia trafegando por uma bem pavimentada estrada, sob um sol escaldante
que desafiava até mesmo o ar condicionado do carro e serpenteando por terras áridas a perder de vista, chegamos a Wadi Rum, no sul do país, um local atemporal, esculpido por gigantes pedras de granito e praticamente intocado pela mão do homem.



   O impacto foi imediato: parecia que tínhamos voltado milhares de anos no tempo para percorrer outra vez alguns cenários ancestrais, até então só desbravados pelos grandes sábios da humanidade. De fato, estávamos em cenários bíblicos.
  
   Fomos recebidos no Centro de Visitantes, parada obrigatória para todos que pretendem conhecer o local, ainda hoje habitado por várias famílias de beduínos, que recebem bem quem vem de fora. Há vários acampamentos, mas todos eles mantêm regras específicas para o trânsito no local. A área é preservada e não se entra em Wadi Rum, também conhecido como Vale da Lua, aleatoriamente ou sozinho. Ainda bem!

O cenário de pedras e granitos, construído há milhares de anos pela natureza



 UMA VOLTA DAS ARÁBIAS

   O nosso guia, um senhor falante, simpático e super entrosado com os anfitriões, foi logo nos deixando bem à vontade. Depois daquela poeira da estrada, trouxe uma melancia gelada para aliviar a sede, e o calor foi rebatido com algumas xícaras de chá, exatamente como fazem os beduínos locais.


   Depois, entramos num jipe para o nosso primeiro contato com Wadi Rum, um lugar de terra vermelha e de muita imensidão. Percorremos trilhas empoeiradas, paramos em alguns lugares para ver antigos registros escritos nas pedras. Subimos e descemos encostas. Pausa para água, muitas fotos e até shopping – sim, tendas no meio do nada vendem alguns produtos típicos do deserto. Compramos duas pedras de incenso de almíscar, embaladas em charmosas latinhas, por dez euros cada!

   Conhecemos também o local que os guias turísticos da Jordânia costumam apresentar com orgulho: a casa que teria sido ocupada pelo T.E Lawrence, que ali montou seu quartel-general durante a Revolta Árabe contra os otomanos na Primeira Guerra Mundial. A história serviu de enredo para o famoso longa épico Lawerence da Árabia, de 1962, com Omar Sharif, filmado quase que totalmente em Wadi Rum. A tal casa hoje é um bloco de ruínas. Mas diante daquela paisagem com tanta história milenar, repleta de símbolos e mistérios, quem estava preocupada naquele momento com cinema?

  

Nosso guia no Centro de Visitantes de Wadi Rum, área preservada

Turistas percorrem os caminhos do deserto; ao fundo, um bebedouro para camelos
Simone Galib e Patricia Lima e as rochas ancestrais, repletas de registros

Depois de duas horas de off road, em cenários de perder o fôlego, chegou a hora de conhecer o “hotel” para passar a noite. Como esse roteiro era totalmente fora do padrão, tudo ia acontecendo em um fluxo natural, com uma surpresa atrás da outra. Lá pelas 16h, chegamos ao Meditation Bedouin Camping, o local que nosso guia havia escolhido de abrigo. Tendas rústicas nos aguardavam e dentro delas, um grupo de turistas de várias partes do mundo também já estavam se familiarizando com o local. No rosto de muitos, a expectativa: como seria passar uma noite no deserto?
  Do lado de fora, o cenário ficou ainda mais fantástico. O sol começava a se pôr, tingindo o céu, de um azul absurdo, com seus tons de laranja, que se refletiam na terra, nas gigantes pedras de granito, já vermelhas por natureza, e que ganhavam um brilho extra.
Há momentos que nos faltam palavras para expressar a magia da natureza. Este era um deles…


   

O beduíno, um dos nossos anfitriões na tenda
As tendas do Meditation Bedouin Camping, em Wadi Rum, onde os visitantes podem dormir




   Enquanto nos deliciávamos com o pôr do sol, os beduínos, nossos anfitriões naquela noite, começavam a preparar o jantar, que costuma ser cozido dentro da areia, de acordo com seus costumes. O ar já estava mais fresco. O sol se foi, mas não houve tempo para escuridão. Uma lua prateada despontou atrás das montanhas, mostrando que a noite seria muito iluminada. A areia, repentinamente, tornou-se branca e mais fria. Deixamos nossas pegadas por lá.


  Podíamos fazer o que bem queríamos: cantar, andar ou simplesmente gritar. A imensidão era tamanha que quando gritávamos, ouvíamos, depois de alguns segundos, nossa própria voz ecoando do lado oposto, como se inusitados visitantes estivessem nos saudando.
   
   O resto da noite foi só adrenalina e diversão: jantar típico servido no tapete, chá, alguns acordes da viola beduína, pequenos passos de dança, mistura de idiomas, gente simples -e muito feliz. Dormir na tenda? Nem pensar! O melhor mesmo foi pegar os colchões, colocá-los na areia, se cobrir para enfrentar os ventos da madrugada, contar as estrelas e adormecer no Vale da Lua, despertando, algumas horas depois, com a sensação de que ainda estávamos sonhando!