OS CAMINHOS DE JESUS CRISTO NA JORDÂNIA



FOTOS PATRICIA LIMA E SIMONE GALIB

A Igreja de São João Baptista, no Baptism Site of Jesus, na Jordânia

Há viagens e viagens… Mas algumas são tão marcantes e ficam de tal maneira impressas em nossos corações que, muitas vezes, ao relembrá-las nos transportamos imediatamente de volta ao lugar, mesmo estando a milhas e milhas de distância. Costumo sentir isso quando visito locais sagrados do planeta, repletos de energia, de símbolos e de histórias ancestrais. Sempre carrego comigo lembranças eternas.
 Foi exatamente o que senti quando visitei, recentemente, a cidade de Betânia, na Jordânia, onde Jesus Cristo caminhou com seus discípulos e foi batizado por João Baptista no rio Jordão. Um local de cenários milenares, palco de histórias de amor, de disputas, de fé, de paz e de perseguição, não necessariamente reveladas pela Bíblia, e que hoje é visitado por pessoas de diversos lugares do mundo, que vão em busca dos antigos passos de profetas, dos discípulos e do próprio Messias. Porém, há uma triste constatação: embora seja vendido como uma atração turística, percebe-se que não desperta muito interesse no próprio país, cuja maioria da população é muçulmana. Poderia estar melhor preservado e ser muito mais divulgado.

  Nunca havia planejado percorrer alguns caminhos de Jesus Cristo na Jordânia. Mas uma força maior conspirou a favor… Estávamos, eu e minha fiel companheira de viagem, Patricia Lima, seguindo para a cidade de Petra com um motorista, muçulmano e muito falante, que havíamos contratado em Amã, a capital do país. Ele apenas nos disse que faria umas paradas interessantes e que iríamos gostar -sabia, de antemão, que éramos cristãs.  Passamos por Jericó, onde havia soldados em estado de vigília -do outro lado da montanha já era a Palestina. De repente, estacionou o carro em frente a um parque e nos pediu que entrássemos. “Vocês vão percorrer as trilhas de seu profeta Jesus”, disse-nos em inglês. Compramos dois ingressos, a 25 euros cada. Neles estava escrito: Baptism Site of Jesus.

 Entramos em um ônibus, acompanhadas por um grupo de turistas espanhóis e por um guia local. Depois de rodar poucos quilômetros, o veículo estacionou. O resto do percurso seria feito a pé. Assim começou nossa jornada. Eu não conseguia me concentrar muito nas palavras que saíam do fone de ouvido do tradutor eletrônico e muito menos ouvir o que o guia local explicava. Deixei a mente livre para absorver as informações que as pedras, as árvores e as rústicas construções nos transmitiam naquele momento. Embora fosse outono, fazia muito calor, não havia uma nuvem no céu e respirávamos o pó do chão de terra batida. O local estava praticamente vazio. Pensei comigo mesma: se fosse um museu francês ou um palácio italiano teria filas e mais filas… Mas, ali as histórias de um tempo distante permaneciam em silêncio absoluto.



PEGADAS DO TEMPO

 Constam dos registros bíblicos que João Baptista, o último profeta do Velho Testamento e o primeiro do Novo Testamento, passou um tempo de sua vida em Betânia (Bayt´Anya, em árabe), onde batizava com água as pessoas que estavam em busca de um caminho de fé para renovar suas vidas. Na verdade, a sua missão era preparar o povo para a chegada do Cristo, o Redentor. Jesus veio da Galiléia para ser batizado por ele há mais de 2 mil anos. Depois que João Baptista teve sua cabeça decepada e dada de presente à bailarina Salomé, alguns de seus discípulos continuaram a peregrinar naquele local, situado a cerca de 40 km de Amã

 Passaram-se os anos e a região acabou esquecida. No século 20, as duas guerras mundiais, e os conflitos entre Israel e Palestina, com guerras em 1948, 1967 e 1973, deixaram o Baptism Site isolado, especialmente por ter se tornado uma área militarizada. Essa situação começou a mudar a partir de 1994, com o tratado de paz entre Jordânia e Israel. Os peregrinos retornaram. Papas, padres e cardeais também passaram por lá nos últimos anos. 

 

DE VOLTA AO PASSADO

Seguir essa trilha é como viajar no tempo. Sim, estamos literalmente dentro de um cenário bíblico, porque a paisagem permaneceu a mesma. No caminho, encontramos pequenas construções, feitas de tijolos, que foram chamadas de igrejas. As cercas que ladeiam parte da trilha são feitas de troncos de árvores, muito rústicas. Tudo continua ali como se os séculos não houvessem passado. Mas, por outro lado, existe um clima de desolação. O rio Jordão, sagrado para os cristãos, hoje está cheio de mato às suas margens e suas águas não são mais cristalinas. Naquele trecho do caminho, lembra um riacho…de fluxo muito lento…

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Depois de percorrermos algumas trilhas, chegamos à Igreja
de João Baptista, a mais bonita construção dessa área. Podemos entrar,
observar, absorver. Os símbolos cristãos estão por toda a parte.
O guia turístico muçulmano nos espera do lado de fora. Muitos
visitantes passam horas ali, em prece. É um momento solene, de
paz, de reverência e de lembranças até então adormecidas…

Saindo da igreja, andamos mais um pouco e chegamos ao que parece ser o ápice do passeio: o local onde está a pia batismal próximo a um trecho do rio Jordão, hoje transformado em uma espécie de balneário, onde alguns visitantes costumam nadar. Há também grupos de fiéis, todos vestidos de branco, em um ritual de batismo. Sentamos próximas à margem da Jordânia (do outro lado já era Jericó, na Palestina) e ficamos observando todo aquele cenário, em silêncio. Não nos atrevemos a pôr os pés naquela água, bastante turva. Apenas lavamos as mãos e molhamos a testa na pia batismal com a água do rio Jordão.

Regressamos ao ônibus. No meio do caminho, o motorista estaciona e o guia, ríspido, pede que todos desçam. Ninguém entende. Ele não parece disposto a explicar. Apenas ordena, em tom rude, para sairmos. Descemos no meio do nada, sem nada entender também. Os espanhóis ficam nervosos. Percebemos que, uma vez terminado o percurso, aliás, muito bem pago pelos turistas, os anfitriões do parque não fazem mais questão de ser gentis ou educados. E simplesmente nos despejam…
 Eu e Patrícia saímos andando, sozinhas, sem sequer uma placa de sinalização. Mas, depois de termos seguido os passos do Mestre, não tivemos dificuldade alguma para encontrar a saída. Apesar do sol escaldante, nos sentíamos leves, revigoradas e felizes.

  Foi muito bom ter pisado nas terras, que receberam pegadas ancestrais de fé. E, enquanto muitos relembram, especialmente nesta semana de Páscoa, o martírio e a crucificação de Jesus, apago essa ideia de morte e sofrimento, guardando na memória o sítio do batismo, onde ele transmitiu suas lições de amor. Um amor que representa a vida, que pode curar corações e que é eterno!


SÃO PAULO CRESCE E APARECE

São Paulo não vive só de eventos, embora a cidade realize um a cada seis segundos. A capital é o destino mais procurado pelos brasileiros que vão viajar no próximo feriado. Pelo menos é o que revela uma pesquisa da agência ViajaNet, agência de viagens online, com base no volume de vendas de passagens aéreas comercializadas para a Páscoa e efetuadas em março. Segundo o levantamento, mais de 12% tiveram como destino a cidade de São Paulo, principalmente com embarque entre os dias 15 e 19 de abril. A maioria dos viajantes é constituída por famílias. Apenas 10% viajam sozinhos nesse período.
 Vale lembrar que na semana passada, a cidade recebeu do site TripAdvisor o prêmio como principal destino do Brasil, desbancando o Rio. Para o secretário municipal para Assuntos de Turismo e presidente da São Paulo Turismo, Wilson Poit, “isso nos motiva muito e mostra que estamos no caminho certo para tornar São Paulo cada vez mais um destino de destaque mundial em lazer, entretenimento, gastronomia, compras e cultura”.
 Depois de São Paulo, as cidades mais procuradas são Rio de Janeiro, Salvador e Brasília. Gustavo Mariotto, gerente de marketing da ViajaNet, diz que a capital paulista se destaca pela oferta. “Além do reconhecido circuito gastronômico, há bons passeios em parques e shoppings”, diz o executivo.

GRANDES MOMENTOS NA MÁGICA ISTAMBUL

                                                                                                                 fotos Simone Galib
                                                                                                           

 Istambul, a maior cidade da Turquia, é um desses lugares que
quanto mais visitamos, mais queremos voltar e, quanto mais conhecemos, subimos
e descemos suas ladeiras, ou cruzamos o estreito de Bósforo, que liga o Mar de
Marmara ao Mar Negro, em busca de cenários de contos de fadas, sempre saímos de
lá com a sensação de que ainda há muito o que descobrir, o que aprender, o que
vivenciar, o que sentir, o que fotografar e um novo capítulo para escrever. 

 A
cidade nos remete ao passado, porque suas memórias de três impérios e de
grandes sultões, extremamente bem conservadas, permanecem vivas em quase todos
os lugares. Mas, a Istambul contemporânea, com seus shopping centers, hotéis de
luxo, grifes internacionais, vistas de perder o fôlego, restaurantes sofisticados,
vida noturna movimentada e iates à beira-mar nos devolve ao presente. Sim,
estamos em uma cidade cosmopolita, descolada, repleta de gente bonita e super bem
estruturada para o turismo, sua grande fonte de renda.


 Istambul é a Europa com
um sabor de Oriente ou seria o Oriente com personalidade europeia? Ou seria ainda
a Europa com um toque asiático? A cidade, a única do mundo que fica em dois
continentes, Europa e Ásia, é uma mistura dessas três vertentes, um mosaico de
várias civilizações.



 Porém, mantém uma identidade própria, forte, e sua
história milenar pode ser revisitada nos palácios, nas torres, nas muralhas,
nos museus, nas antigas igrejas, a maioria delas hoje transformadas em mesquitas (há
minaretes por todos os lados), nos restaurantes típicos, nas ruas de
paralelepípedos do centro histórico, nos seculares banhos turcos, nas
apresentações de sufi (a dança circular sagrada islâmica) e nos bazares, que
nos deixam entorpecidos tamanha a diversidade de cores, de temperos, de cheiros
e de artigos típicos.



  Isso talvez explique o fascínio que exerce sobre os
turistas, especialmente os europeus, os asiáticos e agora os brasileiros, que
ganharam voos diretos e diários unindo os dois países, partindo de São Paulo e
operados pela companhia Turkish Airlines .


MERGULHO NO PASSADO


 Istambul é dividida em três regiões, todas com
características muito peculiares, mas sua alma parece vibrar com mais
intensidade em Sultanahmet, no centro da península histórica. Durante os
impérios, romano, bizantino e otomano, o coração da cidade, que foi também
chamada de Constantinopla, sempre pulsou nesse bairro, onde os palácios dos
imperadores foram construídos.



 Ali, é o ponto de partida para se conhecer
algumas dos principais monumentos turcos, como a Mesquita Azul, a Hagia Sophia
e o Palácio Topkapi, entre outros. E, por favor, faça tudo com tempo, caminhe,
respire, sente-se em um dos vários e charmosos cafés, peça o café turco ou o
chá, ambos populares no país. Experimente a comida típica, sempre muito
apimentada, e principalmente os doces – são deliciosos. E deixe tudo acontecer,
porque Istambul não pode ser vivenciada
em um único city tour. Ande a pé (mesmo porque o trânsito ali é complicado),
com calma, procurando absorver em sua mente cada ângulo, cada movimento, cada
detalhe, porque há muita informação.

Comece pela praça (é um dos meus locais favoritos),
onde de um lado está a Mesquita Azul (um dos locais mais visitados do planeta)
e de outro, o museu Hagia Sophia, ponto de encontro dos turcos e de gente do
mundo inteiro, dia e noite. Sente-se em um banco, de preferência de frente para
o enorme chafariz, compre castanhas assadas, vendidas em simpáticas
carrocinhas, que ficam perfeitas se acompanhadas com suco de romã. O cenário
ganha mais intensidade quando os alto-falantes das várias mesquitas locais
começam a entoar, todos ao mesmo tempo, as orações islâmicas – aliás, um ritual
que vamos presenciar o tempo todo, a exemplo do que ocorre nos países
muçulmanos, que rezam diversas vezes ao dia.

Muçulmanas caminham no Ottopark; abaixo o Garden Café, no ponto mais alto do parque



  Vale lembrar que, embora a Turquia tenha uma população
predominantemente muçulmana e muita religiosidade, ali não há a rigidez dos
países islâmicos mais conservadores. E em Istambul, a cidade, digamos assim,
mais moderna, encontramos mulheres de minissaia e bota, caminhando lado a lado daquelas
que usam burcas e só mostram os olhos. As turcas são super vaidosas, andam
sempre maquiadas, usam  roupas mais
fashion e a indústria da moda é forte no país. Os preços? Melhores ainda.



 Já os
homens turcos, especialmente os comerciantes, são muito comunicativos – e não
perdem a chance de uma aproximação, mesmo que não falem a sua língua.  A diversão à noite rola solta no bairro de
Taksim, onde há muitos cafés, bares, restaurantes e baladas, que funcionam até
altas horas. Bebek é o bairro nobre, repleto de belíssimas casas à beira-mar,
onde ficam estacionados os iates. É o endereço predileto do corpo diplomático,
dos jogadores de futebol e das celebridades em geral.

Para nosso deleite, Istambul
fervilha – sempre há um novo restaurante, um passeio, um café, alguém para
trocar ideias ou algum lugar que vale ser visto. As ruas são rotineiramente
lotadas – de gente e carros. Os turcos adoram e preservam as áreas verdes da cidade, quer sejam os parques, calçadões à beira-mar ou simples canteiros. Aliás, eles adoram fazer piqueniques e até mesmo churrascos ao ar livre.



 O comércio não fecha nem aos domingos e os ferryboats
cruzam o Bósforo ininterruptamente. Neste início de primavera, as flores,
especialmente rosas e tulipas, começam a desabrochar nos bem cuidados canteiros
e jardins espalhados por toda a cidade. E… mais um detalhe: o mar nesta
época do ano, quando o cinza do inverno dá espaço para um céu límpido, fica ainda mais azul-turquesa!



   Ali não há praias. Mas a orla é uma espécie de moldura, um
convite, um sussurro. Pode-se simplesmente ficar
mergulhada no silêncio, nessa paisagem milenar, entre o mar e as muralhas do tempo, descobrindo (ou redescobrindo)
que em cada canto sempre haverá uma história e um novo capítulo a
ser escrito. 

A seguir, vou mostrar um pouco do que vivi e senti. Compartilho os melhores ângulos desse lugar, realmente, mágico! Siga-me…




CARTÃO-POSTAL
Um dos símbolos da cidade, a Mesquita Azul, construída entre
1600 e 1616, é a única da Turquia com seis minaretes, e tem esse nome em razão
da predominância dos tons de azul e verde em suas paredes e cúpulas. Para
visitá-la, é preciso tirar os sapatos (há saquinhos especiais para acomodá-los
na porta) e, as mulheres, devem cobrir a cabeça com lenços ou echarpes,
evitando roupas decotadas ou bermudas. É grandiosa. Atrás da mesquita, outro
grande legado: o Hipódromo, construído pelo imperador bizantino Constantino, o
Grande para as suas cerimônias. Nessa praça, hoje chamada Sultan Ahmet, se
alinham algumas das construções mais antigas da cidade, incluindo um autêntico
obelisco egípcio, dado de presente por um faraó. Escolha um dos vários bancos e
passe um tempinho por lá.

O Hipódromo, com um legítimo obelisco egípcio



 DIVINA SABEDORIAestiver de bermuda (Se não tiver,  há  dosição)  

   Hagia Sophia (ou Santa Sofia) foi
igreja por 916 anos, a catedral de Constantinopla, e hoje é apresentada como
museu, o terceiro mais visitado do país. Apesar da belíssima construção em estilo romano, nos
sentimos meio frustrados, e até mesmo tristes, quando ali entramos, porque os
vestígios do seu passado e do cristianismo, como seculares pinturas nas
cúpulas, foram literalmente apagados e substituídos por símbolos muçulmanos, como
enormes letras árabes nas paredes.



   Nada contra a restauração, mas como um museu
pode apagar o passado? Além disso, várias salas estão fechadas à visitação. Só
que não dá para deixar de ir, mesmo porque do alto de seu terraço temos uma das
mais incríveis vistas da cidade. Na lateral de Sophia, há um delicioso parque,
o Otopark, com jeito de bosque e muitos canteiros floridos, ideal para longas
caminhadas e que nos leva à orla. 
Respire fundo e suba por suas alamedas. Lá no alto, tem um café a céu
aberto, cercado de roseiras e ervas, com uma vista de perder o fôlego. Parada
obrigatória.

CAÇA AO TESOURO
Reserve uma tarde para conhecer o Palácio Topkapi, que foi
durante 400 anos o centro de administração do império otomano. Circundado por
muralhas , ocupa uma área de 700 mil metros quadrados (duas vezes a área do
Vaticano, em Roma), recebe mais de 2,5 milhões de visitantes por ano e é um dos
locais mais grandiosos do país . Você vai mergulhar em um passado luxuoso por
meio de suas inúmeras salas, repletas de poderosas joias, incluindo diamantes,
rubis e esmeraldas, cerâmicas, roupas de reis e rainhas, adagas com pedras
preciosas e porcelanas. Há ainda pátios internos e jardins belíssimos, como o
das Tulipas, sem falar no Harem, um lugar que era reservado para a família do
sultão, sua mãe e suas concubinas. Hoje, com um ingresso comprado à parte, é
possível visitar suas salas, banhos turcos e piscina. Sim , Topkapi é um
tesouro imperial! 



PASSEIO SUBTERRÂNEO

 Do lado oposto ao museu Hagia Sophia, vale percorrer os
labirintos subterrâneos de Yerebatan, construída em 532, a maior das 70
cisternas de Istambul durante o período bizantino, aliás, um recurso de
proteção contra os soldados inimigos que atacavam os aquedutos e envenenavam a
água. Ela foi totalmente restaurada no século 19. A cisterna é sustentada por
enormes colunas, duas delas com cabeças de Medusa. E há até um mini estúdio
fotográfico para que você pose como um verdadeiro sultão.  Hoje, suas águas servem de moradia a
peixinhos coloridos. E diz a lenda que quem jogar uma moeda ali e fizer um
pedido terá seu desejo realizado. Não custa nada tentar!


CINCO ESTRELAS

   
  Ícone da hotelaria de luxo local, o Four Seasons Bosphorus é
o sonho de hospedagem de qualquer turista. Mas, está aberto também aos não hóspedes
que podem desfrutar de uma das mais belas vistas da cidade. Instalado em um
palácio otomano do século 19, totalmente restaurado de frente para o Bósforo,
tem restaurantes, bares e cafés. 

  Fotografado de todos os ângulos por aqueles
que

fazem os passeios de barco pelo estreito, é considerado um dos mais tops do
país, seja pelo serviço super diferenciado, pelas instalações ou pela própria
localização, por si só um cartão-postal. Ficar sentado em uma de suas varandas
ou restaurantes, tomando chá e assistindo ao pôr do sol de Istambul sempre será
uma experiência única. O cenário traduz perfeitamente a magia da cidade.

PEIXE FRESCO



Não deixe de ir a Eminönü, um local que margeia a saída dos
ferryboats, com espetaculares vistas da península em todas as direções. O mais
inusitado é experimentar os peixes fresquinhos, que são preparados em
iluminados barcos antigos. Atracados na margem, servem de cozinha para
abastecer as centenas de mesinhas na calçada, super disputadas por moradores e
turistas. Experimente o sanduíche de sardinha assada. Tem o sabor de Istambul!


ÓTIMAS COMPRAS



   Istambul também é uma ilha… de compras. Está cercada de
lojas por todos os lados e de todos os tipos. Mas, existem endereços especiais.
O primeiro deles é o
Grand Bazaar
(dizem que foi o primeiro shopping do mundo, enorme e coberto), uma construção
histórica. São cerca de 4 mil lojas e 15 mil comerciantes nas 80 ruelas em seu
interior, que vendem joias, especiarias, roupas, tapetes, amuletos, chás,
lenços de seda, cerâmicas, azulejos, luminárias etc.



 É tanta gente lá dentro e
tanta coisa que chegamos a ficar tontos. Precisa ir com tempo e marcar uma
referência ao chegar para não se perder tamanho o número de ruelas que se cruzam em seu interior. Não compre na primeira loja e faça sempre uma pesquisa de preços. 



FESTA DOS SENTIDOS



 Para os gourmets e não gourmets, o Mercado das Especiarias, ou Mercado Egípcio, é repleto de cores,
aromas, sabores, enfim um convite aos sentidos. A rua Istiklal, em Taksim, forrada de pedestres do começo ao fim, é um
mix de lojas mais populares, outras mais descoladas turcas e marcas
internacionais, como a MAC. E quem estiver na cidade entre 6 a 30 de junho,
pode aproveitar a mega liquidação dos shopping centers. Os preços são
convidativos.

Rua Istklal, que sai da praça Taksim, reúne lojas populares e de marcas internacionais

CRUZANDO O BÓSFORO

Fazer um cruzeiro pelo Bósforo, seja de noite ou de dia, é
fundamental porque vemos Istambul de diversos ângulos, com paisagens únicas. De
um lado, a Europa; de outro a Ásia, com suas belas casas residenciais. Se
estiver com sorte, pode avistar golfinhos. Os pássaros também acompanham e
adoram a travessia porque ganham alimento dos turistas. Diversas agências
locais oferecem os passeios, mas eles saem bem mais em conta se você pegar por
conta própria um ferryboat. Os barcos zarpam de Eminönü (há estação de metrô
quase em frente) e os passeios duram em média uma hora. À noite, o cenário ganha um toque
mágico com a ponte, os palácios e outras construções milenares totalmente
iluminados. Eu passei o Réveillon de 2014 a bordo de um desses barcos e tive a virada do ano mais inusitada dos últimos tempos! 




A SUPER PONTE



Considerada um símbolo da Istambul contemporânea, a ponte
Bogaziçi Köpüsü (ou ponte do Bósforo, como é chamada informalmente), foi
construída em 1973, tem 1.560 metros de extensão e 33 metros de largura. Ela
faz a ligação entre os dois continentes. Cerca de 200 mil carros e 600 mil
pessoas circulam ali diariamente.



 O trânsito é pesado nas horas de pico. Uma boa opção é fazer a travessia logo no início da tarde porque, além de menos trânsito, temos tempo necessário para chegar ao mirante do lado asiático onde podemos observar os dois continentes, Ásia e Europa, com uma vista de 360 graus.  

Mirante no lado asiático: uma das melhores vistas de Istambul

COMER, BEBER…
Chá da tarde na varanda do Four Seasons

Um dos melhores programas em Istambul é comer cada dia em um
lugar diferente e montar sua própria top list. Sim, porque o leque de opções é
enorme. Há vários restaurantes de cozinha internacional com vistas
espetaculares, como o Aqua, do hotel Four Season, pequenos bistrôs, outros
tantos com mesinhas nas calçadas e charmosos cafés, além de redes
internacionais de fast food, como MC Donald´s e Burguer King.


A maioria dos
restaurantes oferece a culinária típica, feita à base de frango, carne de
carneiro, massas, legumes assados, sopas e saladas. A comida é bastante
condimentada, apimentada, mas saborosa. O prato mais famoso é o kebab, cozido em uma
cerâmica e servido fumegante.

O salão de chá do Hafiz Mustafa, uma das casas mais tradicionais; abaixo, seus doces incríveis

Para experimentar os deliciosos doces turcos,
muitos à base de mel, um dos meus endereços favoritos é o Hafiz
Mustafa
, doceria fundada em 1864 e hoje com quatro casas na cidade. A do bairro de Sirkeci tem um salão de chá no andar superior, super
disputado e com vista para a estação de trem, que, aliás, também merece uma visita.





 Já o Dervish Café e Restaurante, em Sultanahmet, próximo ao Arasta
Bazaar
, tem os melhores ângulos da Mesquita Azul, afinal fica bem em frente a ela.
 Do pátio com mesinhas ao ar livre pode-se ver todo o vaivém da movimentada praça. Na baixa temporada, você pode ficar horas ali, conversando, observando o vaivém da praça ou simplesmente tomando um café turco, que ninguém incomoda. Serve também lanches e pratos típicos. Na
alta temporada (primavera/verão), tem música ao vivo com apresentação
de sufi, a dança circular dos islâmicos. E o cenário fica ainda mais mágico em noites de lua cheia ou crescente, porque ela desponta atrás dos minaretes da Mesquita Azul. 

 DIÁRIO DE BORDO                                 


VOOS – A Turkish
Airlines
tem voos diários e diretos, a partir de São Paulo. É a maneira mais
confortável de se chegar hoje a Istambul (cerca de 11 horas de viagem). As
demais companhias aéreas internacionais fazem conexão via Europa, o que aumenta
o tempo em trânsito. www.turkishairlines.com.br

MELHOR ÉPOCA
Para quem gosta de frio europeu, o inverno em Istambul (de dezembro a março) é
muito bom. Primeiro, porque a cidade está mais vazia e os preços caem, tanto
nos hotéis quanto no comércio. Em fevereiro, além das baixas temperaturas, chove
muito. A primavera (de abril a maio) é ideal porque os dias são quentes,
ensolarados e as noites, frescas. Além disso, as flores tomam conta dos
cenários. No verão (julho a setembro), a temperatura pode atingir os 38º e tudo
fica mais caro e super lotado. 

CIRCULANDO – O
metrô de superfície é uma das melhores maneiras de percorrer a cidade. No centro
histórico, as ruas são estreitas, de mão dupla e de trânsito complicado. Andar
a pé é a melhor pedida ali. Os city tours em ônibus de dois andares também são
recomendáveis porque, circulares, passam pelos principais pontos turísticos e
oferecem a possibilidade de o turista descer no local desejado e depois pegar o
próximo, sem custo adicional. Custam em média 40 euros por pessoa. A maioria
dos taxistas não fala inglês. Por isso, é recomendável sair sempre com o cartão
do hotel ou com o endereço do destino escrito em turco. Evite contratar
programas de passeios nos hotéis – eles podem custar até o triplo. 

MOEDA – A moeda
local é a lira turca (muito equivalente ao real), mas a maioria dos hotéis e
agências de viagens estabelecem seus preços em euros. Há casas de câmbio que
funcionam ininterruptamente por toda a cidade. No comércio, use sempre a arte
da negociação, pechinche e pesquise antes de fazer as compras.