As fotos da empresária Elaine Caparróz, 55 anos, violentamente espancada por um rapaz que ela conheceu na internet, chocaram os brasileiros na segunda-feira, 18. Ela teve várias fraturas no rosto, no globo ocular, nariz e até um traumatismo no pulmão. Foi parar na UTI em um hospital do Rio.
Vinícius Batista Serra, 27 anos, advogado, foi o agressor que deixou as paredes do apartamento de Elaine tingidas de sangue. Ele acabou preso em flagrante, acusado de tentativa de feminicídio. E ela continua hospitalizada, com ossos da face quebrados, mordidas e hematomas pelo corpo todo. Levou 41 pontos na boca, perdeu um dente e ficou irreconhecível.
Ninguém sabe exatamente o que se passou entre as quatro paredes daquele apartamento em um condomínio da Barra da Tijuca, no Rio, a não ser pelas versões da própria vítima e do rapaz. Ele disse à polícia ter tomado vinho, adormecido e acordado “em surto”. Não se “recordava de nada”.
Ela disse que o conheceu na internet e que já conversavam há oito meses, tinham alguns amigos em comum, assim se sentiu segura para convidá-lo a ir ao seu apartamento, na noite do sábado, 16/02. O irmão de Elaine, Rogério, contou que “ela estava há um ano sem ninguém e achou que seria a chance de estar com um cara legal”.
Claro que uma mulher pode se relacionar com alguém que conheceu na internet, hoje prática comum. Mas, os próprios sites e aplicativos de relacionamento recomendam que o primeiro encontro seja sempre em um local público, como um café ou um restaurante. Depois, podem esticar em um motel, mas a mulher precisa ter a garantia de que vai ser socorrida – e rápido!
Isso porque o mundo virtual é um labirinto enigmático, às vezes muito sombrio, onde transita gente de todas as idades, fantasias, gêneros e personalidades doentias. Muitos não são o que aparentam ser, nem fisicamente nem emocionalmente. A tela do computador é um escudo, uma ilusão, uma realidade paralela. Isso vale tanto para os apps de namoro, quanto para as mídias sociais.
O fato de conversar há oito meses com um homem na internet e acompanhá-lo em uma rede social, com amigos em comum, como contou o irmão da empresária, não era garantia de que ela estaria segura caso o encontrasse pessoalmente.
Sem falar nas quadrilhas internacionais que usam a rede, dia e noite, para extorquir dinheiro das mulheres, principalmente das mais velhas e já estabilizadas na vida. Assunto, aliás, mostrado exaustivamente pelos principais meios de comunicação, inclusive por este blog. Basta fazer uma pesquisa rápida! Leia outros posts aqui.
Para escrever, passei vários anos pesquisando o universo dos relacionamentos online e interagi com gente do mundo inteiro a fim de entender como funcionam as paqueras, os diálogos, a sedução e os golpes, que são inúmeros.
Elaine vai precisar de uma cirurgia plástica para voltar a ter o rosto de antes. Mas, as cicatrizes emocionais do espancamento sofrido dificilmente serão apagadas. A defesa de Vinícius alega que ele tem problemas psicológicos
Então, não dá para arriscar, muito menos ter fantasias românticas com o amor online! Não se trata aqui de um pensamento machista, mas sim de segurança, de amor por si mesma e à própria vida. Somos responsáveis por nossas escolhas!
Os casos de violência contra a mulher são diários e praticados dentro de suas famílias. Namorados e maridos espancam, violentam e matam por motivos banais. Por que um estranho, cujo histórico de vida ela não conhece, não faria o mesmo?
É preciso que esses homens sejam punidos por leis mais rigorosas e fiquem presos sem direito à liberdade mediante pagamento de custódia para arcarem com as consequências de seus atos. As mulheres, por sua vez, não podem abrir brechas. Muitas buscam segurança, conforto e carinho justamente nos braços daqueles que as destruirão!