A advogada e juíza da Suprema Corte dos EUA, Ruth Bader Ginsburg, que morreu na sexta-feira (18) aos 87 anos, será a primeira mulher homenageada de corpo presente no Capitólio dos EUA.
A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, anunciou nesta segunda-feira que a cerimônia de Ginsburg, que foi a segunda do sexo feminino a ocupar uma cadeira na mais alta corte do país, será realizada na próxima sexta-feira (25) apenas para convidados por conta da pandemia.
Essa honra não é comum para um juiz da Suprema Corte, muito menos para uma mulher. Pelosi disse que a morte da juíza “é uma perda incalculável para nossa democracia”.
Outro tributo raro à ministra é que seu corpo ficará em repouso no Supremo Tribunal Federal por dois dias e o caixão será colocado sob o pórtico no topo da escadaria do prédio, uma configuração formatada para permitir o distanciamento social.
Até então, os juízes mortos eram homenageados no grande salão da Suprema Corte apenas por um dia. Mas, por ela ter sido uma defensora pioneira dos direitos das mulheres, ícone cultural e heroína liberal ganhou prazo extra para acomodar o grande número de pessoas que deverão comparecer.
No último fim de semana, a calçada em frente ao tribunal virou palco de uma intensa vigília, com flores, bilhetes, velas e mensagens colocados por uma multidão.
Na história do país, apenas 33 pessoas, todos homens, receberam tributos no Capitólio, a maioria deles presidentes, congressistas ou líderes militares. Mais recentemente, os representantes democratas Elijah Cummings e John Lewis (Ga.), ambos líderes dos direitos civis, ali estiveram após suas mortes em 2019 e 2020, respectivamente.
A morte de Ruth Ginsburg polariza ainda mais as próximas eleições americanas. O tribunal agora está dividido entre três juízes liberais e cinco conservadores.
Se o presidente Donald Trump nomear logo outra juiz, como ele já anunciou que quer fazer, o tribunal mais importante do país será controlado pelos conservadores.
Segundo a imprensa americana, o último desejo de Ginsburg, dito a sua neta alguns dias antes da morte, foi que ela “não seria substituída até que um novo presidente fosse empossado”. Os democratas estão apreensivos!