Mês: agosto 2021

    Mais um desdobramento da crise do Afeganistão para o governo americano: os membros da resistência contra o Talibã no país fizeram um pedido urgente ao presidente Joe Biden:

  “Apoie a nossa luta ou arrisque o país se tornar uma base para ataques aos Estados Unidos”. 

  Eles pediram “armas e munições para continuar a luta contra o terrorismo internacional”, disse um dos líderes ao jornal Daily Mail. 

  E mandaram um enviado a Washington, que deve chegar na próxima semana. 

  Os rebeldes estão escondidos em um vale remoto do Afeganistão, com quatro helicópteros, centenas de caças e alguns veículos blindados.

  O movimento é liderado por Ahmad Massoud (foto), de 32 anos, filho de Ahmad Shah Masood, o mais respeitado de todos os combatentes da resistência afegã.

  Depois de liderar a luta contra a ocupação soviética na década de 1980 e de lutar contra a ascensão do Talibã, ele foi assassinado pela Al Qaeda dias antes dos ataques de 11 de setembro.

Agora seu filho está construindo uma nova rebelião no vale de Panjshir, cerca de 160 quilômetros ao norte da capital, Cabul.

  Eles esperam se unir a grupos menores em todo o país para enfrentar o Talebã.

    O índice de aprovação do presidente Joe Biden caiu 7 pontos percentuais e atingiu seu nível mais baixo (46%) desde que ele assumiu o cargo em janeiro de 2021.

   Os números são de uma pesquisa Reuters-Ipsos realizada na segunda-feira e estão diretamente relacionados com a queda do governo afegão e a retomada do poder pelo Talibã.

  A pesquisa realizada nacionalmente mostra que 46% dos adultos americanos aprovam o desempenho de Biden no cargo, o mais baixo registrado nas pesquisas semanais, iniciadas em janeiro. Na sexta-feira, esse índice era de 53%. 

  A popularidade de Biden despencou com a tomada do poder no Afeganistão pelo grupo extremista Telebã, que no último domingo chegou à capital Cabul, provocando uma fuga em massa de milhares de civis e aliados militares.

  A ação colocou um ponto final nos 20 anos de presença militar dos EUA, que custou cerca de US$ 1 trilhão dos contribuintes e milhares de vidas americanas. 

  Uma segunda pesquisa espontânea da Reuters-Ipsos, realizada também na segunda-feira, revelou que menos da metade dos americanos gostaram da maneira como Biden dirigiu os esforços militares e diplomáticos dos EUA no Afeganistão este ano.

  Ele foi classificado como o pior em relação aos outros três presidentes que comandaram a guerra mais longa dos Estados Unidos, diz a Reuters.

 

   O ex-presidente republicano dos EUA George Bush disse que ele e a ex-primeira dama Lara Bush sentem “profunda tristeza” pelos eventos que estão ocorrendo no Afeganistão.

  Ele afirmou ainda que ambos “sentem pesar pelo povo afegão que tanto sofreu e pelos americanos e aliados da Otan que tanto se sacrificaram”.

  Bush já havia criticado, em julho, a retirada planejada das tropas americanas e da OTAN no país. À época, ele alertou que os civis seriam deixados para serem “massacrados” pelo “brutal” Talibã e que mulheres e meninas enfrentariam “danos indiscritíveis”.

  Foi durante o seu governo, após o ataques de 11 de setembro ao World Trade Center, em Nova York, que foram enviadas tropas ao Afeganistão, na primeira investida americana contra os extremistas islâmicos.  

   Para Bush, as Forças Armadas dos EUA serão capazes de executar um plano eficaz de evacuação dos refugiados americanos e afegãos.

    Esta foto vale mais do que mil palavras. É uma das primeiras divulgadas do resgate de mais de 600 afegãos aterrorizados pela tomada do poder de seu país pelo Talibã. 

  Eles embarcaram em um avião de carga dos Estados Unidos que decolou no domingo de Cabul para o Catar.

    Os EUA já fizeram dois voos com jatos cargueiros C-17 e outros são esperados durante a noite desta segunda-feira (16) e até o final desta semana.

  Enquanto o voo se preparava para decolar no domingo, centenas de cidadãos entraram afoitos no avião, sentando-se no chão.

  Diz a Defense One que havia a bordo 640 pessoas. Um oficial, que não quis se identificar, contou que os refugiados, entre eles mulheres e crianças, subiram pela rampa entreaberta do avião antes da decolagem e a tripulação resolveu levá-los com eles.

  O presidente Joe Biden fez um pronunciamento à nação na tarde desta segunda-feira em que defendeu sua decisão de retirar repentinamente as tropas americanas do Afeganistão, em abril último.

  Ele justificou que não sacrificaria mais vidas americanas em uma guerra civil naquele país.

  “Demos a eles todas as chances, mas não podíamos dar-lhes vontade de lutar”, afirmou.

  Biden foi duramente criticado, inclusive pela imprensa americana que até uma semana o endeusava. 

   Alguns escreveram que ele “lavou as mãos” e que esta foi uma das decisões políticas “mais vergonhosas” da história moderna.  

   

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    Cenas impressionantes no aeroporto internacional de Cabul revelam o desespero dos afegãos para fugir do extremismo do Talibã. O resultado? Pelo menos oito pessoas morreram nesta segunda-feira (16) no local.

  Entre as vítimas, duas foram abatidas a tiros por soldados dos EUA, três atropeladas por aviões que taxiavam na pista e outros três passageiros que despencaram dos motores de um jato da Força Aérea americana na tentativa insana de escapar do país.       

  No domingo, o Talibã tomou o poder na capital Cabul e, segundo as agências internacionais, estaria indo de porta em porta em porta para caçar inimigos e meninas para estuprar, tornando-as escravas sexuais.

 Isso porque os extremistas tinham prometido à comunidade internacional que a transferência de poder seria pacífica e os direitos humanos, respeitados uma vez que queriam ser formalmente reconhecidos.  

   O aeroporto internacional é o último local da cidade guardado por tropas americanas. Desde que o governo Biden autorizou, em abril, a retirada do Exército da região após 20 anos, o grupo terrorista não teve dificuldades para retomar o poder.

   Na tentativa de limpar o campo de aviação, invadida por centenas de pessoas, as tropas americanas  interromperam os voos de evacuação por 90 minutos. Eles usaram helicópteros apache e dispararam tiros de advertência contra a multidão para tentar controlá-la.

  Fora do aeroporto, foram ouvidos disparos promovidos pelos terroristas.

  O presidente Joe Biden, que se manteve em silêncio durante todo o fim de semana, voltou nesta segunda-feira para a Casa Branca, prometendo falar à nação às 15h45 (horário local).