Os efeitos do coronavírus atingem em cheio a tecnologia. Produtos como o iPhone 12 e o PlayStation 5 poderão chegar ao mercado europeu com atraso. E até o maior evento anual do setor corre risco de não ocorrer.
Devido ao isolamento da China, feriados de Ano Novo chinês prolongado e fábricas locais fechadas, empresas do setor, como a Apple, não conseguem receber as peças para montagem de seus produtos.
As empresas chinesas, como Lenovo, Xiaomi e Huawei, são ainda mais atingidas. Na Lenovo, a situação é crítica, visto que suas fábricas de componentes ficam na província de Hubei, cuja capital Wuhan, epicentro do vírus, virou uma cidade fantasma.
Os chineses começaram a voltar ao trabalho a partir desta segunda-feira (10), mas ainda de forma lenta e complicada.
O medo do contágio é tamanho que as marcas mais poderosas do mundo estão cancelando sua participação no Mobile World Congress, a mais importante feira anual do setor.
O evento deve ocorrer a partir de 24 de fevereiro em Barcelona, na Espanha. Embora o organizador garanta a salubridade do local, Ericsson, Sony, Amazon, Asus e HP, entre outras, decidiram não arriscar.
Na próxima sexta-feira, será decidido se o congresso vai ocorrer ou não devido ao grande número de cancelamentos.
O mundo está com medo!
FAMÍLIA PROCURA JORNALISTA POPULAR NA WEB ‘FORÇADO’ A QUARENTENA’ NA CHINA!
Enquanto muitos morrem na China vítimas do coronavírus, outros simplesmente “desaparecem”, deixando suas famílias desesperadas.
Desde quinta-feira (6), amigos e familiares do advogado e jornalista chinês Chen Qiushi, de 34 anos, não conseguem ter notícias dele. Dizem que foi forçado a entrar em quarentena pela polícia de Wuhan depois que divulgou vídeos sobre a doença e que viralizaram nas redes sociais.
Segundo a CNN, o desaparecimento de Chen foi muito comentado no Weibo -plataforma de mídia social chinesa parecida com o Twitter.
Além disso, os relatos de Chen, feitos a partir de Wuhan, estavam ganhando muita visibilidade no Twitter, onde ele tem mais de 250 mil seguidores, e no seu canal do YouTube, com cerca de 430 mil assinantes.
Ele chegou a transmitir ao vivo no Weibo, mas seu perfil foi desativado pelas autoridades chinesas, depois que ele relatou protestos em Hong Kong, em 2019.
No final de janeiro, Chen viajou para Wuhan a fim de fazer reportagens no local. Como ele tinha mais de 740 mil seguidores no Weibo, prometeu que continuaria a falar sobre a epidemia.
A família e os amigos conseguiram acessar suas contas nas redes sociais, usando o login que ele havia deixado por precaução. Eles conversavam diariamente várias vezes ao dia. Na quinta-feira à noite parou de responder às ligações.
Os pais de Chen foram notificados pela polícia chinesa de que o filho havia sido “detido em nome da quarentena”. Mas, não divulgam a sua localização, diz a família.
MORRE O PRIMEIRO AMERICANO VÍTIMA DO CORONAVÍRUS!
Morreu o primeiro cidadão americano vítima do coronavírus, que estava internado em um hospital de Wuhan (foto), informa o
The New York Times.
Ele tinha 60 anos e ainda há poucas informações sobre o caso, segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim. “Em respeito à privacidade da família, não temos mais comentários”, disse um porta-voz da embaixada.
Apesar de todos os esforços do governo chinês, isolando a população, a epidemia cresce no país. Até a tarde deste sábado (8) no horário local, o surto matou mais de 720 pessoas e infectou cerca de 35 mil.
A maioria das mortes ocorre na China continental. Nos EUA, há 12 casos confirmados da doença.
DE VOLTA PARA CASA
Enquanto isso, os 34 brasileiros e seis estrangeiros procedentes de Wuhan, epicentro da doença, já voam de volta ao Brasil, resgatados por dois aviões da FAB.
O voo está previsto para chegar na noite deste sábado ou na madrugada de domingo (9), num percurso estimado de 30 horas.
O diplomata brasileiro João Batista Magalhães, que saiu de Pequim para acompanhar a operação com mais dois colegas, disse à BBC que tudo correu bem. Ele deu a entrevista, por vídeo, usando máscara, por vídeo, antes de embarcar para o Brasil.
Eles seguem para um hotel de trânsito das Forças Armadas, em Anápolis (GO), onde permanecerão por 18 dias.
Magalhães disse que os brasileiros estão bem de saúde e “aliviados” por deixarem Wuhan, hoje uma cidade fantasma onde ninguém entra e ninguém sai. “O quadro é desolador”
QUARENTENA DO LUXO: GRIFES FECHAM LOJAS NA CHINA!
As grandes marcas de luxo já sentem – no bolso – os efeitos da epidemia de coronavírus. Grifes como Burberry e Estee Lauder fecham lojas na Ásia e cortam previsões de lucro.
Na Ásia, shoppings estão fechados, as poucas lojas abertas funcionam em horário reduzido e não há clientes, disse Stefano Sassi, CEO da Valentino na Itália, à agencia Reuters.
A Burberry fechou mais de um terço de suas lojas na China continental. A Ralph Lauren também fechou cerca de metade de suas 110 lojas no país, enquanto a joalheria Pandora diz que os negócios estão parados.
Os chineses têm paixão pelo luxo. Eles gastam cerca de 100 bilhões de euros em produtos pessoais sofisticados, o que representa um terço desse mercado global. A maioria das compras é feita no exterior.
Na Europa, os chineses desembolsam em média 790 euros por compra, valor que pode chegar até 2,8 mil euros, caso incluam joias.
O mercado premium na Itália está em alerta. Afinal, moda e luxo representam 50% da balança comercial do país, que recebe 5 milhões de turistas chineses por ano.
Eles gastam muito em suas cidades prediletas para compras: Roma, Florença, Veneza e Milão. As lojas de grifes ficam abertas de domingo a domingo para atendê-los.
SEM CLIENTES
Agora, com cidades inteiras isoladas na China, voos cancelados e restrições de entrada dos chineses em vários países, este setor enfrenta grande impacto nas vendas.
Algumas companhias aéreas suspenderam seus voos, não apenas para a China continental, como também para Hong Kong, que está entre os cinco principais destinos do turismo de luxo do mundo.
E em Hong Kong há o agravante de que a epidemia de coronavírus atingiu marcas de luxo quando elas ainda se recuperavam dos violentos e longos protestos em 2019 naquele país.
O surto também coincidiu com o feriado do Ano Novo Lunar chinês, cujos festejos foram interrompidos. Em 2019, os chineses gastaram no mesmo período cerca de US$ 150 bilhões, incluindo viagens e restaurantes.
Mas, enquanto o surto não é controlado, para os chineses, luxo mesmo é ter saúde!




