COMO VOCÊ SE COMPORTA NAS REDES SOCIAIS NESTES DIAS EM QUE O BRASIL PEGA FOGO?

 O país vive um momento dramático e as redes sociais
viraram a grande porta-voz desta crise econômica, política e moral. Manobras,
decisões da Justiça contra ou favor do governo, liminares, gravações de
políticos com diálogos vulgares, bastidores apimentados… Enfim, o caldeirão
está em ebulição e tudo é motivo de debate.

 Tem gente que não dorme mais e passa as madrugadas
postando. Tem gente acordando às 6h da manhã para acompanhar o noticiário. Tem
gente que não consegue mais se concentrar no trabalho diante do tsunami de
notícias que chegam a cada segundo (até mesmo os jornalistas que cobrem a crise
estão atordoados).
 Tem gente querendo
ver o circo pegar fogo. Tem gente bloqueando amigos, deletando, ofendendo e até
mesmo perdendo amizades na vida real. Mas também tem gente compartilhando
orações e palavras de paz para acalmar os ânimos e trazer um pouco de
equilíbrio para atravessar a tormenta. É um momento delicado.

 O Facebook, abastecido por todas as mídias, virou um mural de lamentações e um ringue entre os que
são contra e a favor do governo. É por intermédio da rede social mais popular
que estão sendo travadas as grandes batalhas… E tem gente surtando!

 Portanto, é hora de criar um manual de boa conduta, pois
esse tiroteio virtual, acessível a pessoas de universos muito diferentes 24
horas, está gerando uma energia de ódio e polarização, que faz mal à saúde
física, mental e espiritual dos brasileiros.
 Independente de
seu partido, sua ideologia política, de sua fé ou posição social é preciso
saber se comportar online. Afinal, as palavras têm poder e você uma reputação a zelar!

1)     Todos
têm o direito a expressar sua opinião. Isso se chama democracia. Portanto,
respeite o amigo em qualquer circunstância.
2)     Se o
comentário dele o desagradou, simplesmente ignore, não tenha nenhuma reação e
não comente. Você não precisa convencê-lo de nada, porque ele já tem sua
opinião formada. Não banque o chato virtual, publicando vídeos,
fotos ou comentários nos posts de seu amigo que tem uma posição diferente da
sua. Isso só vai irritá-lo.
3)     Procure
interagir mais com aqueles que tenham posições semelhantes às suas. As afinidades,
sejam elas de crença, ideológicas ou intelectuais, geram menos conflitos.
Lembre-se: os afins se atraem e os não afins se repelem, naturalmente.
4)     Não passe
muito tempo em uma só rede social, principalmente em dias mais tumultuados,
como quando ocorrem manifestações ou decisões polêmicas de parlamentares. Se o
Facebook está pegando fogo, vá para o Instagram, o Pinterest, o Snapchat. Preserve seus nervos!
5)     Não
compartilhe links só pelo título. Leia antes para ver se tem fundamento
e se a fonte é confiável. Há muitas notícias falsas circulando pela rede, assim
como posts e fotos que remetem a sites com vírus. Seja cauteloso.
6)     Evite
deixar seus filhos adolescentes muitas horas no Facebook, especialmente à
noite, quando os debates são mais acalorados. Esse clima de ódio não vai fazer
nada bem a eles.
7)     Não
faça provocações, ameaças e evite ofender quem quer que seja. Seja cauteloso e tenha bom senso. Não escreva palavrões. 
8)      Deixe de seguir ou oculte as notificações de
perfis ou páginas que lhe desagradem. Assim, você não vai se irritar.  Em casos mais extremos, bloqueie quem ultrapassar os limites. O Facebook oferece ferramentas para isso.
9)     Procure
sempre postar uma mensagem positiva para deixar sua timeline mais alto astral.
Pode ser através de uma foto, de um pensamento, de uma mensagem ou até mesmo de
orações.
10)   O bom
humor também ajuda a descontrair e traz leveza. Os brasileiros são imbatíveis nas brincadeiras e sátiras. Mas,
o momento é grave – e precisamos ter consciência disso. Piadas em excesso também
desviam o foco.

11)   Por
fim, você pode ou não concordar com tudo isso. Sempre irei respeitar a sua
opinião!  

LUXO É TER SUA CIDADE ADMINISTRADA POR GENTE CAPAZ E COM VISÃO URBANISTA

  

Este blog não é político. Ele fala sobre lifestyle, viagens, gastronomia, tecnologia
e mercado de luxo. Mas, a meu ver, o conceito de luxo contemporâneo mudou muito.
Luxo é ter qualidade de vida, tempo para si mesmo, amigos verdadeiros (nem que
sejam poucos), fazer o que gosta e, principalmente, se sentir bem onde vive.

  
 Por
isso, resolvi escrever aqui sobre São Paulo, onde nasci, lugar em que sempre morei e
adoro. É uma metrópole com problemas, claro, como todas as grandes cidades. Ao
mesmo tempo, nos oferece tudo que uma capital cosmopolita tem de melhor. Porém,
ganhou complicações extras, totalmente desnecessárias, cuja base é de origem
duvidosa e desastrada.
  
 Nós, paulistanos, que pagamos altos impostos,
estamos perdendo qualidade de vida, de humor (todos andam profundamente
irritados) e até mesmo o direito de ir e vir, sem sobressaltos. Estamos também
perdendo nossas cartas de motoristas pelo volume de multas arbitrárias. Tenho
vários amigos que chegaram a receber até três no mesmo dia em função do limite
de velocidade, que vai mudando de um trecho para o outro. E nem sempre a
sinalização é visível, além das mudanças constantes que são feitas.
  
 Estamos reféns de um prefeito, que quer entrar para a história como um grande
urbanista, mas suas intervenções, sem qualquer planejamento, critério e logística,
dificultam cada vez mais nossa rotina. São Paulo virou um mega “big brother”,
com câmeras de radares 24 horas.
  
 Tirar o carro da garagem ficou tenso. Não
tanto em função do trânsito, que sempre fez parte de nossa rotina. Mas, sim,
porque hoje guiamos com um olho no radar e outro no caminho ou nas
inúmeras placas (muitas com a mesma informação), que “brotam” nas ruas feito
grama.
  
 E não adianta reclamar, postar nas mídias
sociais, porque quanto mais a população protesta, mais ele “cria” novidades,
sem aviso prévio. Acho que sente prazer em desafiar a nossa paciência.
  
 Ficou muito perigoso trafegar à noite a 50
km/h pelas marginais ou grandes avenidas, que num passado não muito distante
eram chamadas de vias expressas. O jeito é buscar rotas alternativas. Mas, há
caminhos que precisamos fazer e aí não se tem escolha: ou somos assaltados por
bandidos ou pelo próprio poder público. Não temos para onde correr,
literalmente.
  

 Quero
deixar bem claro que adoro bicicletas, gosto das áreas de lazer para pedestres e não sou contra as ciclofaixas, mas sim a maneira como são feitas. Há ruas residenciais em ladeiras íngremes, “premiadas”
com ciclovias, impossíveis de serem usadas até por atletas profissionais.

  
 As ruas também perderam vagas de
estacionamento, mas ganharam reforço da zona azul. E a CET bate ponto diariamente
nesses locais, porque sabe que são boa fonte de arrecadação.
 Também
não sou contra a faixas exclusivas para ônibus, especialmente nos grandes
corredores, que melhoraram a vida daqueles que usam transporte público, mas sim
pela implantação sem critérios em ruas, que precisaram ser fatiadas em três
(ônibus + ciclovia + uma pista para carros).
  Acredito que cada morador tenha um
exemplo desses em seu bairro. A cidade fica travada de manhã à noite, inclusive
aos fins de semana, em locais que antes tinham um bom fluxo.
AS MAIS CARAS DO MUNDO

  Mas, além de todos esses fatores, o mais grave
é que as ciclovias do Haddad são as mais caras do mundo. Segundo a revista Istoé, o custo médio de cada quilômetro
construído sai por R$ 650 mil – cinco vezes o valor pago por Paris, e muito
acima das de Nova York e Buenos Aires. O Ministério Público está investigando.
  
  Uma ciclofaixa
especialmente chamou mais a atenção dos promotores paulistas: a da
Ceagesp-Ibirapuera, onde cada um dos seus 12,4 quilômetros custou R$ 4,4
milhões, financiados por nós. Na ação, os promotores pedem que o prefeito seja
retirado do cargo, tenha os seus direitos políticos suspensos e devolva o
dinheiro.
  
 E o nosso dinheiro, arrecadado em impostos municipais, com juros diários, e
surrupiado em milhares de multas, quem vai devolver? A quem podemos pedir socorro?
   
 E não venha me dizer, deixa o carro em casa ou
ande a pé, porque eu tenho o direito de escolha. Só andaria de metrô, se pudesse.
Mas, infelizmente a malha ainda é pequena, e aqui não é Paris, nem Nova York ou
Tóquio.
 Tem
mais: São Paulo não é propriedade de ninguém e os projetos devem beneficiar a
todos os cidadãos, sejam ciclistas, pedestres, motoristas, empresários ou
operários. E também não podem nos confiscar o prazer de dirigir.
 Assim,
meu conceito de luxo ganhou mais requisitos: luxo hoje é ter a sua cidade
administrada por gente competente para o cargo, menos corrupta e com visão urbana,
de fato –e não apenas de fachada, ou de faixas!

ABELHA-RAINHA IRRADIA LUZ E MAGIA NA MARQUÊS DE SAPUCAÍ

  Só mesmo a Mangueira e, claro, sua homenageada, Maria Bethânia, para me fazer ficar acordada até as 6h30 da manhã na madrugada desta terça (9), assistindo ao desfile da Estação Primeira, do começo ao fim.


  Nem mesmo quando ia à Marquês de Sapucaí para cobrir o Carnaval do Rio, debruçada nos camarotes ou no meio da pista, conseguia tal façanha. Escola de samba parece sempre tudo igual. Quem vê uma, vê todas, com pequenas variações. 


  Mas, a expectativa de ver Bethânia pela primeira vez na avenida, como a grande estrela da noite, me manteve acesa, empolgada até o final, querendo registrar cada momento da passagem desta menina dos olhos de Oyá (Iansã, no cadomblé, e Santa Bárbara, para os católicos) junto a seus amigos da MPB e da comunidade, todos muito emocionados por homenageá-la.

  E olha que o carro dos amigos era puro poder. O mano Caetano Veloso, Ana Carolina, Mart´nália, Regina Casé, Renata Sorrah, Adriana Calcanhoto, Vanessa da Mata, Beth Carvalho, que voltou à avenida depois de dois anos, e Alcione e Rosemary sambando no chão, entre outros. O carro alegórico ficou pequeno para essa turma de peso. Cauã Reymond estava divino em seu terno cor de rosa!  

A ala inspirada na música Explode Coração, grande sucesso na voz da cantora



 A Mangueira já mexe naturalmente com as pessoas. Faz parte da tradição. Sua bateria afinadíssima faz o coração da gente bater mais forte; ninguém consegue ficar sem se mexer ou se emocionar quando a escola aponta na avenida. Mas este ano, o desfile foi além.


 Uma luz enorme se irradiou pela Sapucaí – e ela não vinha apenas das fantasias luxuosas, dos carros alegóricos, das alas coloridas e criativas, que juntavam ali cerca de 3,9 mil integrantes, para contar a trajetória da cantora, que está comemorando 50 anos de carreira. Essa luz irradiava magia e foi tomando conta de todos à medida que a escola desfilava.

A homenagem a Oxum, com banho de cachoeira

A porta-bandeira, de cabeça raspada
A Iansã, no ritmo do samba da Mangueira


  O começo do desfile foi um verdadeiro ritual, com Iansãs, Oxuns, tomando banho de cachoeira (havia muita água na pista) e todos os arquétipos da cultura afro. Na comissão de frente, só mulheres, as Oyás, com os seios de fora, mas não de forma vulgar. Estavam lindas. A porta-bandeira, de cabeça raspada (em alusão às filhas de santo), causou impacto. 
  
 

O Menino Jesus

 

 Lá pelo meio vieram os santos de devoção de Bethânia, uma herança da mãe Dona Canô, e os símbolos de Santo Amaro da Purificação, terra natal da família. O menino Jesus dividia espaço com a ala de crianças representando Cosme e Damião. Orixás e santos católicos no mesmo ritmo!


 

                                                                                                     Foto Tata Barreto/Riotur

E, no final, entre muitas Marias e muitas canções, explode coração. Lá vem a Abelha-Rainha, vestida de dourado, cantando e interpretando exatamente como ela faz nos palcos. Emocionada, mas extremamente humilde, reverenciava a escola e o público pela homenagem.

  Era o último desfile da noite e do Carnaval deste ano. O dia já estava quase raiando quando a escola chegou à apoteose. O público saiu das arquibancadas e foi para as pistas, assumindo o papel de passistas, afinal atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu.


 Cena bonita de alegria, de raízes da MPB, de sincretismo religioso, sem segregação, como tem que ser. A campeã do desfile será conhecida nesta quarta-feira de cinzas (10). Mas a Mangueira já é vitoriosa, nos quesitos alto astral e emoção, além de ter levado o prêmio Estandarte de Ouro como a melhor escola, do jornal O Globo.


 Salve a menina dos olhos de Oyá!   


    

CARNAVAL 2016: FESTEJANDO NO PRECIPÍCIO

  Os estrangeiros tentam entender o Brasil – é difícil! Nesta quinta-feira (28), a revista britânica The Economist, em sua edição semanal, disse no título que o país está “festejando o Carnaval no precipício”. É forte, não? Mas, a publicação está, por acaso, mentindo ou sendo tendenciosa? 


 Na legenda da foto (acima), a revista escreve que durante os feriados “os negócios param, os brasileiros aproveitam o verão, outros desfilam nas escolas de samba, há poucos carros nas ruas e muito mais corpos nas praias”. Os britânicos estão errados? 

 A Economist diz ainda que a festa “não vai proporcionar nenhuma pausa na crise do país, que sofre com o agravamento da situação política e econômica e ainda tem que lidar com o zika vírus”. Os britânicos estão errados?

  Não se trata de ser pessimista ou conservador. O Brasil tem tudo para crescer, mas está se afundando. Não é mais o país do futebol (ou alguém já conseguiu esquecer o vexame dos 7×1, da última Copa, no próprio quintal)? Também não deveria mais se orgulhar de ser o país do Carnaval.


  Não que eu tenha algo contra a festa, nem seja contra a alegria… e todas essas coisas boas da vida, entre elas, cantar e dançar. Adoro Carnaval. Porém, vivemos um momento complicado. Não dá para fingir que nada acontece… 


  Então, questiono: algum brasileiro, em sã consciência, tem motivos para curtir o feriadão de Carnaval – seja na praia ou na passarela do samba – como se tudo estivesse na mais perfeita ordem?  


 Não seria este o momento de enfrentar a crise, com atitudes concretas, e não apenas por meio de piadas, desabafos e ofensas nas redes sociais, onde as pessoas vivem um verdadeiro duelo virtual? 

  Por que investir milhões em escolas de samba, trios elétricos, fantasias ou camarotes glamourosos à beira-mar, se há gente morrendo na porta dos hospitais por falta de recursos e o desemprego bate números históricos?

 Diz a revista britânica que no ano passado 1,5 milhão de trabalhadores foram demitidos pelas empresas. Em 2016, a previsão é de que 1 milhão de pessoas também percam os seus empregos.  


A saúde e a educação estão caóticas, a bandidagem, desenfreada, nos mais diversos escalões. Perdeu-se o comando e a noção geral da nação. Não se consegue combater nem o mosquito da dengue. Agora o vírus Zika estão deixando o resto do mundo de cabelo em pé. Isso sem falar nas demais perdas, que não são poucas.

 Não está fácil para ninguém. Tanto que 48 prefeituras de 8 estados (a maioria no Sul de Minas e no interior de São Paulo) cancelaram as festas para investir o dinheiro (escasso) em áreas prioritárias – exemplo que deveria ser seguido pelos demais. Mas aí seria pedir muito, não? 


  Então, qual o espírito da festa se, desde o ano passado estamos “pulando feito pipoca” em um clima de quarta-feira de cinzas, que parece infinito? Se assistimos, e até participamos todos os dias, mesmo que indiretamente, de um baile de máscaras pelo avesso? Ou seja, cai uma por segundo, na velocidade da lava-jato.   


  Mas, relaxe! Afinal, já é quase Carnaval…

 

 Só que o nosso samba enredo mudou, galera. É hora de encarar a realidade – sem fantasias, purpurina e com um pouco mais consciência!

UMA CONVERSA ÍNTIMA COM GISELE BÜNDCHEN

  Gisele Bündchen não chegou aonde chegou por acaso. Desde que surgiu no mundo da moda, nos anos 1990, ainda como uma adolescente tímida, já mostrava firmeza de caráter e muita postura profissional. Esses dois fatores somados à sólida base familiar foram fundamentais para que ela brilhasse muito além das passarelas, conquistando o título de top model mais famosa e mais bem paga do mundo.


  Quem a conhece e acompanha sua carreira desde o início como eu, nos tempos da Folha de S.Paulo e de muita semana de moda, sabe que Gisele tem uma luz que brilha muito forte, iluminando a todos por onde passa. Era assim quando entrava nas passarelas. A plateia ia ao delírio…


 A top é tão bonita por dentro quanto por fora. E essa beleza vem da essência. O físico só lhe deu a forma. Neste vídeo, que ela mesma acaba de postar em suas mídias sociais, a estrela do perfume nº5 da Chanel abre pela primeira vez as portas de sua casa, nos Estados Unidos, para falar um pouco sobre sua intimidade.


  Vale a pena prestar atenção na mensagem, que serve para todos, mas especialmente para as mulheres, que hoje valorizam o físico, o externo, a beleza artificial, deixando em último plano a sua verdadeira essência.


 “A paz de espírito encontrei dentro de mim”, diz a top, que está sempre em contato com a natureza, faz ioga e meditação.


  De fato, essa paz tão desejada jamais estará em outro lugar…  

O PAPAI ZUCKERBERG E SUA FORTUNA: NINGUÉM FICA RICO POR ACASO

   

   Entre tantas notícias (ultimamente mais ruins
do que boas) e as inúmeras bobagens que circulam a cada segundo nas mídias
sociais, o post com o melhor conteúdo desta terça-feira (1º) foi o de
Mark Zuckerberg, CEO do
Facebook, que anunciou em seu poderoso site o nascimento da filha, fruto do
casamento com
Priscilla Chan.
   A postagem
veio acompanhada de uma carta de boas-vindas à pequena
Max em que o casal compartilhava
a felicidade em tê-la nos braços. “Priscilla e eu estamos muito felizes em
receber nossa filha Max neste mundo! É um mundo onde a nossa geração pode
avançar por meio do potencial humano e promover a igualdade, curando doenças,
personalizando a aprendizagem, aproveitando a energia limpa, conectando
pessoas, construindo comunidades fortes, reduzindo a pobreza, proporcionando
igualdade de direitos e espalhando compreensão entre as nações.”
   E foram além: “Como todos os pais,
queremos que você cresça em um mundo melhor que o nosso hoje. Sua mãe e
eu não temos palavras para descrever a esperança de te dar um futuro melhor.
Sua nova vida é cheia de promessas, e nós esperamos que você seja feliz e
saudável para que possa aproveitá-la totalmente. Você já nos deu um motivo para
refletir sobre o mundo que esperamos em que viva.”
 
  O mais impactante, porém, foi o anúncio de que
eles vão doar, ao longo de suas vidas, 99% das ações do Facebook (hoje
avaliadas em US$ 45 bilhões) para ajudar escolas, hospitais e outros projetos
filantrópicos. “Essa é a nossa pequena parte para ajudar a criar este mundo
para todas as crianças da próxima geração”, escreveram.
  
  A
atitude do jovem bilionário e sua mulher, compartilhando publicamente o amor à filha e a promessa de doar suas ações para que todas as crianças (não apenas a deles) tenham um futuro mais
digno, deixa a esse mundo (violentamente desigual) uma grande lição. Tudo o que
é compartilhado se expande e dá saborosos frutos. E se cada um fizesse a sua “pequena
parte”, não haveria tanto desequilíbrio e sofrimento.
  
 Prosperidade
tem a ver com divisão – e não com acúmulo! Está aí o poderoso Facebook para
comprovar que ninguém fica rico por acaso…!

SOS BRASIL, SOS MARIANA, SOS ABROLHOS, SOS NATUREZA!

  A informação de que a lama tóxica provocada pelo acidente em Mariana (MG) pode atingir o arquipélago de Abrolhos é alarmante e tão dolorosa quanto a morte anunciada do rio Doce – como todo rio, uma fonte permanente de vida. E a mancha de lama já alcançou o mar do Espírito Santo. O cenário é desolador. E este grave acidente ambiental trará consequências imprevisíveis…  


 Eu visitei o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no litoral sul da Bahia, há alguns anos, para fazer uma reportagem para a Folha de S.Paulo. Mas as experiências vivenciadas nesse local, reconhecido como um dos mais importantes santuários ecológicos do mundo, ainda estão muito vivas na minha lembrança.


 Não consigo assimilar que esse paraíso, de águas cristalinas e com uma rica fauna e flora marinhas, e um dos cenários mais procurados por mergulhadores e por aqueles que tentam evitar a extinção de espécies, pode ficar tingido de lama – e ser igualmente assassinado pelas “mãos do homem” e pelo descaso com que o governo trata este país.




BERÇO DAS BALEIAS 


 O arquipélago, formado por quatro ilhas de formação vulcânica, é um imenso aquário a céu aberto. É também considerado o berço das baleias Jubarte que a partir de julho procuram o litoral sul da Bahia para reprodução. Elas ficam nas águas mansas e mornas até que seus filhotes cresçam e adquiram uma capa de gordura para enfrentarem as águas com temperaturas abaixo de zero da Antártida. 


 Chegar até essa área de proteção ambiental exige espírito de aventura e um imenso amor pela natureza. A cidade mais próxima é Caravelas (a 870 km de Salvador), de onde partem os barcos e catamarãs, levando visitantes. Não existem hotéis no parque marinho e o pernoite é permitido somente nos barcos.


 Na ocasião, a travessia levou cerca de cinco horas, em mar aberto, bastante agitado. Lembro-me que alguns passageiros sentiram-se muito mal durante todo o percurso, sofrendo náuseas. Eu também fiquei meio mareada. Mas a expectativa de amanhecer naquele santuário ecológico me fez suportar a viagem em alto astral.



 Valeu a pena. Passei três dias ancorada num pequeno catamarã, sem muito conforto. Mas os presentes da natureza compensavam qualquer sacrifício e tinha a sensação de estar em uma piscina gigante tamanha a calmaria do mar. Como esquecer a emoção de despertar com os sons estridentes das aves e das tartarugas marinhas enormes, super próximas ao barco e tão receptivas ao nosso contato?


  Mergulhei com snorkell, ficando face a face com peixes coloridos – e de todos os tamanhos. A fauna marinha de Abrolhos não sente receio da nossa aproximação porque sabe que estão (ou estavam…?) protegidos.  

  À noite ficava olhando o céu forrado de estrelas até vir o sono, sentindo a brisa do mar no doce balanço do barco e em total silêncio. Foram também momentos de pura gratidão pela fantástica oportunidade de ter cruzado uma pequena parte do Atlântico para estar naquele santuário, até então em perfeito equilíbrio e intocável.


  Eu não sei o que pode ser feito para evitar tamanho estrago, porque a lama avança muito rápido em direção ao mar, levando destruição a vários municípios. Aliás, ninguém parece saber…


  O descaso com a vida humana, animal e vegetal é tamanho que não há dinheiro que pague por esse lamentável e grave acidente ambiental. Não adianta apenas multar a empresa responsável, porque a indenização que será cobrada pela própria natureza não tem preço. E acredito que ela vai pedir de volta, e a um custo muito alto, tudo que a irresponsabilidade humana está destruindo.


  Toda a ação gera uma reação! E as fontes murmurantes já começam a secar neste Brasil brasileiro, onde costumávamos matar a nossa sede…! 

VALENTINA, OS PEDÓFILOS DE PLANTÃO E A (IR) RESPONSABILIDADE DAS FAMÍLIAS

  O caso da menina Valentina Schulz, de 12 anos, que recebeu
mensagens ofensivas no Twitter após sua estreia no programa
Masterchef Júnior, da Band, na
terça-feira (dia 20), mostra como foram perdidos o respeito, a ética e os
valores nesses tempos contemporâneos de muita conectividade. E, principalmente,
o quanto as crianças e jovens estão cada vez mais vulneráveis a todo tipo de
assédios, os quais podem comprometer suas histórias de vida.
  Valentina (na foto acima com o chef Erick Jacquin) é apenas uma criança bonita, meiga,
que apareceu na TV, de avental e rabo de cavalo, porque gosta de cozinhar. Não
havia nada que denotasse qualquer conotação sexual em sua imagem ou em seu
comportamento. Mas, imediatamente sua conta foi alvo de mensagens de homens descompensados,
ofensivas a qualquer mulher adulta. O que dirá para uma criança?
   Alexandre, o pai da garota, disse ao portal IG
que a família já estava preparada para o assédio, havia até contratado uma
pessoa para monitorar a conta, “mas não esperávamos encontrar tarados. Teve
gente que até pediu que ela mandasse uma foto nua.” O Twitter se pronunciou
oficialmente, informando que as contas envolvidas no caso foram excluídas. “Temos
uma política de tolerância zero para a exploração sexual das crianças”, disse o
site.
  Essa história merece uma discussão mais ampla.
Há milhares de crianças sendo expostas diariamente nas redes sociais, o campo
de atuação preferido dos pedófilos e cia ilimitada. Alguns pais acreditam que esse
tipo de situação jamais atingirá os seus próprios filhos. Será que não? Será
que enquanto você lê esse post seu filho não pode estar teclando em área de
risco?
  Existem ainda centenas de casos de assédio
sexual, inúmeros deles com consequências irreparáveis à vida emocional da criança
ou do adolescente, que são divulgados exaustivamente pelos programas policiais
de TV, pelas emissoras de rádio e nas páginas ou sites que combatem a pedofilia
infantil. Mas eles não viralizam na rede; estão banalizados. Parece que as
famílias colocaram vendas nos olhos para não enxergar o que está bem diante do
seu nariz!
Os participantes do Masterchef Júnior                                                                                   fotos reprodução
XPOSIÇÃO EXAGERADA 
 Porém, um programa de gastronomia
infantil, com a participação de meninos e meninas entre 9 e 13 anos, no horário
nobre da TV aberta, dá muito mais visibilidade. E o caso de Valentina gerou opiniões
de especialistas na mídia e comentários indignados dos internautas nas redes
sociais, o que considero, de certa forma, positivo para mostrar o quanto os
jovens estão vulneráveis e desprotegidos.
 Claro que a menina não deveria,
de forma alguma, ter sido alvo desse tipo de mensagens. Crianças sempre
apareceram na televisão, sem problema algum. Quantas atrizes e atores de
sucesso não iniciaram suas carreiras assim? Mas, hoje os tempos são outros –
muito mais perigosos. Valentina não foi a primeira vítima dessa realidade cruel
e, com certeza, não será a última! Há centenas de “valentinas” sendo
bombardeadas o tempo todo.
EROTIZAÇÃO PRECOCE
  O fato é que as crianças
estão cada vez mais “erotizadas”, superexpostas em campanhas publicitárias, na
internet, nos canais do Youtube, no Snapchat, no Facebook ou no Instagram,
fazendo o papel de adultos em suas performances e ganhando dinheiro com milhares
de seguidores, algo incentivado, aliás, por seus próprios pais. São eles que,
muitas vezes, incentivam os filhos a se tornarem estrelas mirins na rede,
administrando suas carreiras precoces.
 São eles que gravam os vídeos e os
compartilham. E são eles também que, com esse tipo de atitude (embora não seja
esta a intenção) , transformam os pequenos em suculentas iscas no gigantesco
labirinto da web, um lugar de segurança zero até mesmo para os adultos mais
experientes.
  Basta dar
uma olhada nas mídias sociais para comprovar o grande número de fotos infantis,
postadas diariamente. Estima-se que 1 milhão de imagens de pornografia infantil circulem na web. Há pais que chegam ao absurdo de filmar (ou fotografar) o
parto para compartilhar com milhares de pessoas, desconhecidas e das mais
diversas índoles, um momento tão especial na vida de uma mulher, que é a
maternidade.
  Mas, infelizmente, as crianças do século 21 são
“mostradas” desde a barriga. Hoje, vídeos ou fotos do feto em formação da
ultrassonografia vão parar na rede (sinceramente, a atitude mais sem noção que
já vi). Os antigos álbuns de bebês, com os primeiros passos, o primeiro
dentinho, a festa de um ano… e todas aquelas cenas lúdicas da infância viraram
timeline do Facebook, com centenas de comentários, curtições e
compartilhamentos.
  Qual o objetivo disso? Ganhar likes, exibir a família ou incentivar cada vez mais o apetite voraz dos
pedófilos e de pessoas com desvios comportamentais, cujas mentes doentias se
alimentam da visualização e da fantasia? De quem é a culpa por tamanho assédio
sexual às crianças? Só da mídia, da publicidade, dos aplicativos, da tecnologia?
Qual o outro lado da moeda, ou seja, a responsabilidade da família? Alguém já
parou para avaliar isso?
  Se as crianças são expostas
desde o berçário e a partir dos 2 anos de idade estão com o smartphone da mãe
ou o tablet do pai na mão, é óbvio que essa cultura acaba se incorporando
naturalmente ao seu comportamento futuro. Na pré-adolescência, postam as suas selfies, de salto alto e batom vermelho (no caso
das meninas), tentando agir como mais velhas em poses frente ao espelho, mas sem
a mínima estrutura emocional para aguentar o tranco que vem depois.
  Afinal, os
pedófilos, ou “tarados” (que tanto surpreenderam o pai de Valentina) estão sempre em alerta,
farejando, assistindo TV, buscando adrenalina. E o que é mais assustador: os seus estereótipos não correspondem necessariamente à imagem de um criminoso. Eles são médicos, advogados, professores, policiais, empresários etc etc. Colecionam fotografias e vídeos,
agem rápido e não vão pensar duas vezes em assediar, ou caçar, “sua presa”.
 MAIS CAUTELA, POR FAVOR
  Muitas garotas entram
nos sites de relacionamento com perfis e fatos falsos, passando-se por adultas,
para “brincar” de namoro virtual. Inventam histórias, marcam encontros e
algumas conseguem inclusive enganar por um bom tempo os homens mais velhos, que
chegam a viajar para conhecê-las. Quando a bomba estoura, a família faz cara de
espanto, diz não acreditar que sua menina tivesse esse tipo de comportamento e
chama a polícia.
  Não teria sido melhor dar um pouco mais de
atenção às atividades da filha (ou do filho) na internet? Não defendo aqui a invasão
da privacidade de ninguém, e sou super a favor da tecnologia que nos trouxe
imensos benefícios, facilitando a comunicação entre as pessoas.
CONTEÚDO IMPRÓPRIO  
 Mas, no caso de
crianças e adolescentes, ter consciência dos perigos a que estão sujeitos é uma
atitude de bom senso e que exige cautela por parte de seus pais ou responsáveis
nessa frenética era digital. Um estudo norte-americano (de 2009) revelou que 53% dos meninos e 28% das meninas, entre 12 e 15 anos, assistem a cenas de sexo explícito na rede. 
Alguns perguntam: como vou controlar 24 horas
as atividades online de meu filho? Há softwares específicos para
monitorar laptops ou celulares, bloqueando sites suspeitos ou não recomendados
a menores. Existem ainda muitas formas de saber com quem estão interagindo nas
redes sociais, quem são os amigos nos grupos do whatsapp, principalmente quando
seus filhos passam muito tempo sozinhos, trancados no quarto, ou dizem que vão
dormir na casa de um amigo. Mas, segundo mostrou a pesquisa, apenas 28% dos pais usam filtros e no caso dos celulares, esse índice é ainda menor, de 16%.
  Além disso, hoje qualquer adolescente pode
fazer um perfil nesses sites de relacionamento, cujos anúncios, repletos de
homens mais velhos e sarados, ou de mulheres lindas e sensuais, são cada vez
mais exibidos na internet e, o que é mais grave, estão dentro dos aplicativos
que os jovens utilizam, tanto no Android quanto no IOS.
 Vale lembrar que na
maioria dos casos as fotos mostradas na propaganda são de modelos contratados e
que não correspondem à realidade das pessoas reais inscritas nesses sites. Basta
um adolescente curioso clicar no link para fazer um perfil rápido pelo próprio
celular e começar a interagir, entrando em situações que podem lhes trazer
consequências imprevisíveis.

 LINGUAGEM VULGAR E SEM FILTRO
  Mesmo que não façam um perfil, esses adolescentes
têm livre acesso às salas de bate papo de portais importantes, nacionais e
internacionais, que só pedem um nick name e a porta está aberta. Aliás, são
nesses chats (com salas reservadas para conversas e uso de webcam) onde atuam, dia
e noite, homens e mulheres, de intenções duvidosas – e perigosas.
 Estejam
certos que poucos estão ali para fazer amigos, jogar conversa fora ou arrumar
namorados. Os pedófilos, entre outras tantas categorias, são habitués nessas
plataformas e nas redes sociais, consideradas campos férteis de fetiches aos
seus propósitos.
 Além do mais, as
conversas nos chats têm uma linguagem chula, extremamente vulgar, cujo teor fica
deslizando pela tela o tempo todo – um conteúdo que normalmente seria
considerado impróprio para menores e que deixa até os adultos constrangidos. Só
que não existe nenhum tipo de filtro ou controle. Muitos garotos e garotas
mentem a idade para iniciar uma conversa com gente mais velha e acabam marcando
encontros, passando informações pessoais e se envolvem em grandes encrencas
porque o “caçador” está online.

LIGAÇÕES PERIGOSAS
 Escrevo isso com
propriedade e total consciência, porque nos últimos quatro anos participei,
como jornalista, de uma ampla pesquisa feita por psicólogos para avaliar o
comportamento das pessoas, das mais diversas idades e continentes, na internet.
No decorrer do estudo, também teclamos com garotas, na faixa dos 15 anos, para
entender melhor essa questão do assédio infantil. Fiquei chocada pela desenvoltura
com que essas adolescentes se expõem, pelos diálogos que mantêm com os homens e
com as histórias que contam. Resumo da ópera: nunca o caminho esteve tão aberto
e amplo para os pedófilos.
 Confesso que não foi nada
fácil vivenciar essa experiência, embora sempre buscasse manter a postura
profissional (que exige razão, e não emoção) e que me trouxe um grande
aprendizado. Mas a situação em muitos casos era tão bizarra, tão deprimente,
que eu chegava a sentir pontadas no coração e ficava com o estômago embrulhado,
porque também sou mãe. Foi praticamente impossível não pensar: e se fosse com a
milha filha?
 NÃO TENHAM MEDO DE AGIR
   Portanto, pais, não sintam
qualquer receio de impor limites e de serem “mais enérgicos digitalmente” para
lidarem com a chamada geração selfie. Protejam seus filhos, não permitindo que ajam
com tanta liberdade no mundo online. Procurem preservá-los e observá-los nas
redes sociais, conversem abertamente com eles sobre o assunto, e principalmente
não os exibam tanto, para que não tenham a infância roubada e nem percam os
melhores anos de suas vidas pela falta de atenção e de orientação.
  Para vocês e para as vovós que vivem postando fotos,
as imagens de seus filhos e netinhos representam crianças lindas e inocentes. Mas os
pedófilos não os veem assim. E o caso da menina Valentina ilustra muito bem
isso. 
  Monitorá-los no mundo virtual não significa
andar na contramão da história, ser pais antiquados ou repressores. Ao
contrário: é um gesto de amor, que pode prevenir uma grande dor lá na frente – não apenas para vocês, mas principalmente para eles.
  Fiquem certos que esse será um grande passo no
combate à pedofilia, evitando que seus filhos passem por situações violentas –
e desnecessárias! Não adianta só fazer comentários indignados nas mídias sociais.
  É
preciso agir. E rápido!

MORRE AOS 77 ANOS O MULTIMÍDIA LUIZ CARLOS MIELE

 Este blog presta todas homenagens a Luiz Carlos Miele, que morreu na manhã desta quarta-feira (14), após ter passado mal em sua casa no Rio de Janeiro. Ele tinha 77 anos, aliás, muito bem vividos.


  Produtor, ator e diretor musical, Miele começou sua carreira aos 12 anos, na década de 50, como ator mirim. E de lá pra cá não parou mais. Dirigiu e produziu diversos shows, espetáculos e programas musicais nas emissoras de TV. 


Miele entre dois “reis”: Pelé e Roberto Carlos

Além disso, foi também o produtor de shows de artistas, como Elis Regina, Roberto Carlos e Wilson Simonal, entre muitos outros. Foi ainda um dos principais promotores da Bossa Nova.


 Suas participações mais atuais na TV foram na minissérie A Teia e na novela Geração Brasil, ambas de 2014. E a última aconteceu em setembro no programa Tomara que Caia, da Globo, o qual tive a oportunidade de assistir.



 Casado há mais de 40 anos com Anita Bernstein, Miele não tinha filhos. Seu corpo será velado na Câmara dos Vereadores, a partir das 7h desta quinta-feira (15). E depois segue para o Cemitério do Caju. O mal súbito deixou todos surpresos, porque Miele não vinha apresentando nenhum problema de saúde, segundo a família.

  Debochado, elegante, articulado, super carismático e talentoso, esse grande showman imprimiu sua marca no cenário artístico do país.

Vai deixar saudades!

   

POR QUE OS PAÍSES MILIONÁRIOS DO GOLFO SÃO ALVO DE CRÍTICAS NA CRISE MIGRATÓRIA?

   Diante
da crise migratória, muita gente está se perguntando: por que os refugiados escolhem
a Europa, morrendo muitas vezes pelo meio do caminho, em vez de serem acolhidos
pelos países do
Golfo Pérsico, que têm algumas rendas mais altas do mundo e
pertencem ao mundo árabe? Falam a mesma língua e, em tese, têm a mesma
religião, e uma cultura similar, o que facilitaria a adaptação?
  Só que a
história não é bem essa. O curioso é que alguns líderes desses países comentam
o tempo todo sobre a situação dos sírios, inclusive postando fotos em suas
redes sociais, especialmente de crianças. E os meios de comunicação locais cobrem a guerra civil sem
cessar.
                                                                                       Doha, a capital do Qatar, nos Emirados Árabes Unidos

  À medida
que a crise migratória se agrava (e isso é só o começo de um processo que ninguém sabe ainda como vai terminar), entidades humanitárias
estão fazendo pesadas críticas aos milionários países do Golfo, que receberam
um pequeno número de refugiados. Elas acusam ainda o mundo árabe de oferecer
uma ajuda insuficiente diante de seu potencial.
                                                                               Ferrari World, na Yas Island, a 40 km do centro de Abu Dhabi

 Segundo
o jornal The New York Times, há
milhares de sírios no Golfo, cujos países têm vasta riqueza de petróleo e há
muito tempo se tornaram os principais destinos para os moradores de países
árabes mais pobres e de outros lugares também. Embora alguns expatriados tenham
construído carreiras bem sucedidas lá, a maioria é formada por trabalhadores
com baixos salários, que desistem de seus direitos para conseguir emprego e
podem ser deportados com um pequeno aviso prévio.  
                                                      A atriz Angelina Jolie durante visita ao campo de refugiados na Jordânia
A
este grupo agora se reuniram muitos sírios que fugiram da guerra civil, mas
eles não recebem apoio financeiro, não entram como refugiados legais, não têm
estatuto de asilo e nem a garantia de uma futura cidadania, porque os países do
Golfo simplesmente não concedem.
 Representantes do Golfo rebatem as críticas,
dizendo que seus países têm oferecido generosamente ajuda humanitária e que é
melhor dar aos sírios oportunidades de trabalho do que deixá-los, sem nada para
fazer, lutando para sobreviver em outros países, ou em miseráveis campos de refugiados.
  “Se não
fosse pelos países do Golfo, esses milhões de refugiados estariam em uma
situação muito mais trágica do que estão”, afirmou ao The New York Times
Abdulkhaleq Abdulla, professor de ciência política nos Emirados Árabes Unidos.
Diz ele que foram recebidos 160 mil sírios nos últimos três anos. “Apontar o
dedo para o Golfo, dizendo que não está se fazendo nada, não corresponde à
verdade”.
“Por
que há só perguntas sobre a posição do Golfo, mas não sobre quem está por trás
da crise ou quem criou a crise?, pergunta Khalid al-Dakhil, professor de
ciência política na Universidade Rei Saud, em Riad, na Árabia Saudita.
  Ainda
segundo o The New York Times, a Arábia Saudita deu este ano US$ 18,4 milhões
para o fundo das Nações Unidas responsável pela Síria, enquanto o Kwait assinou
um cheque de US$ 304 milhões, tornando-se o terceiro maior doador do mundo. Os
Estados Unidos deram US$ 1,1 bilhão e concordaram em reassentar cerca de 1,5
mil sírios. 

                                                                                                                      Campo de refugiados na Turquia

RICOS X POBRES


 assunto é polêmico e as críticas ganham munição quando é mostrada ao mundo a enorme riqueza do Golfo, ostentada por eles mesmos com seus arranha-céus, shopping centers sofisticados,  alta tecnologia, carros folhados a ouro e imensas avenidas entupidas com suas SUVS reluzentes. Aliás, uma situação que não existe nos países vizinhos da Síria, como Líbano, Jordânia e Turquia, onde está a maioria dos 4 milhões de refugiados. No Líbano (um país com 3 milhões de habitantes), há 1,2 milhões de sírios, o que representa um quarto da população.
 Alguns sírios dizem ainda que os países do Golfo fazem
pouco caso da situação porque não querem nada que comprometa seu alto padrão de
vida. Omar Hariri, um sírio que fugiu da Turquia para Atenas, na Grécia, com
sua esposa e filha de 2 anos, disse ao jornal norte-americano “que viu esperança
na Europa, e não no Golfo”.


 Esta semana, o comentarista do Kuwait (foto acima) Fahad Alsahelaimi
disse em uma entrevista na TV que o seu país era muito caro para os refugiados,
mas adequado para os trabalhadores. E disse mais: 

 “Você não pode acolher
pessoas de outro lugar, que têm problemas no sistema nervoso, psicológicos ou traumas,
e inseri-los em sociedades.”

 Essa frase parece sintetizar a posição dos ricos países do Golfo em relação à crise migratória. Ou seja, os
refugiados representam “um perigo” para a sociedade.

 Enquanto isso, o restante do
mundo, especialmente a Europa, cuja situação econômica não é das melhores, se
pergunta agora: como acomodar os sobreviventes, entre eles milhares de crianças, de uma pátria destruída
por uma guerra estúpida, que já matou cerca de 270 mil pessoas, promovida por grupos insandecidos que derramam sangue em nome
de Allah? 

E que não sabem viver sem conflitos e armas porque fazem isso desde o início
dos séculos!