CUBA JULGARÁ SEVERAMENTE OS QUE COMETERAM CRIMES, DIZ PRESIDENTE!

    Depois da violenta repressão aos manifestantes e pressionado pela comunidade internacional, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, deu uma “amenizada’ no discurso nesta quarta-feira, informa o Miami Herald.

   Ele afirmou que “precisa analisar criticamente os distúrbios” para que não se repitam.

  Segundo o líder cubano, havia “mercenários e delinquentes” nas manifestações, mas também pessoas com insatisfação “legítima”, que não foram adequadamente atendidas pelo estado. 

  Díaz-Canel negou a repressão contra manifestantes pacíficos, defendendo as ações da polícia e dos apoiadores do governo. Reconheceu a escassez e atribuiu os protestos ao embargo dos Estados Unidos.

  Ele afirmou ainda não saber quantas pessoas ficaram feridas – oficialmente foi confirmada a morte de um homem de 36 anos – e que “aqueles que cometeram crimes serão julgados severamente.”

  Há cerca de 100 pessoas desaparecidas na ilha, segundo grupos de familiares, diz a CNN Brasil.

REMÉDIOS E COMIDA

   Para contornar a escassez geral, o governo suspenderá as restrições para que viajantes possam levar alimentos, remédios e produtos de higiene ilimitados, sem pagar taxas alfandegárias.

   A medida entra em vigor na próxima segunda-feira, anunciou o primeiro-ministro, Manuel Marrero, e foi tomada depois que milhares de pessoas saíram às ruas no último domingo (11) em um protesto histórico em várias cidades de Cuba.

   Apesar da grande escassez, o governo havia restringido a entrada de mercadorias estrangeiras para impedir que pessoas as levassem para vender na ilha, onde todas as lojas são estatais. 

  Ocorre que o número de voos para Cuba foi reduzido devido à pandemia, por isso essa liberação só deverá surtir efeito quando a situação voltar ao normal.

   Algo que também pode não ser rápido: a pandemia continua batendo recordes na ilha. Somente nesta quarta-feira foram registrados 6 mil novos casos.

    Os cubanos que vivem no exterior pedem ao governo que aceite ajuda humanitária para aliviar a grave crise econômica.

  Vários países do mundo também realizaram manifestações em solidariedade à população de Cuba.

CUBA: REPRESSÃO, PRISÕES E TODA ILHA PERMANECE INCOMUNICÁVEL!

    Um país sob dura repressão e praticamente incomunicável. Assim está Cuba três dias após o histórico 11 de julho, quando foram deflagrados vários protestos no país.

  A conexão de internet móvel continua interrompida, embora uma minoria tenha recuperado o serviço de dados e alguns jovens estejam conseguindo acessar a rede com a ajuda de plataformas VPN.

  Até esta quarta-feira (14), a maioria dos cubanos ainda não tinha acesso à internet pelo celular, o que na prática representa um apagão quase total, já que na ilha existe uma pequena minoria de domicílios que podem pagar por uma conexão wi-fi.

  Por isso, os cidadãos, principalmente os jovens, recorrem aos serviços VPN e outros truques para driblar a censura e acessar redes de dados móveis 3G e 4G, controladas pelo monopólio estatal de telecomunicações Etecsa.

  Mas, eles têm dificuldades de usar aplicativos, como o WhatsApp, para passar mensagens.

  Na terça-feira, uma jornalista independente que cobria os protestos foi levada pelas forças de segurança de Cuba enquanto fazia uma live com uma emissora de TV espanhola.  

  Especialistas acreditam que o governo cortou a internet para evitar que os protestos aumentem, embora também considerem que a medida pode ser contraproducente ao aumentar o descontentamento da população com as autoridades.

  Para piorar ainda mais a situação, o corte de dados interrompeu a rotina dos trabalhadores, cuja a maioria está trabalhando em sistema home office, incluindo o sistema educacional em função da pandemia.