Um enorme relâmpago, que se estendeu por mais de 700 quilômetros em três estados dos EUA, estabeleceu um novo recorde mundial para o mais longo fenômeno do gênero já registrado.
O relâmpago abrangeu 768 km (quase a distância entre São Paulo a Goiânia), cruzando os céus do Mississippi, Louisiana e Texas, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.
Assim, bateu o recorde anterior, que havia sido registrado no Rio Grande do Sul, em 31 de outrubro de 2018, em cerca de 60 km.
Os especialistas também dizem que houve também um novo recorde mundial para a duração de um relâmpago – 7 segundos e meio.
“Estes são registros extraordinários de eventos de relâmpagos únicos”, disse Randall Cerveny, relator da OMM sobre clima e extremos climáticos.
“Extremos ambientais são medidas vivas do poder da natureza, bem como o progresso científico na capacidade de fazer tais avaliações.”
A tecnologia usada para detectar a duração dos relâmpagos melhorou muito nos últimos anos, permitindo registros muito maiores
Os registros anteriores de ‘megaflash’, de 2018 e 2019, foram os primeiros verificados com a nova tecnologia de imagens de raios de satélite e foram mais que o dobro dos registros que os precederam usando dados coletados de tecnologia terrestre.
Os pesquisadores dizem que esses mega raios não foram eventos isolados, mas ocorreram durante tempestades ativas e de grande escala, tornando-as ainda mais perigosas.
“Os raios são um grande perigo que ceifa muitas vidas todos os anos”, disse o chefe da OMM, Petteri Taalas.
O QUE É O FENÔMENO?
Os relâmpagos ocorrem quando fortes correntes de ar ascendentes geram eletricidade estática em grandes e densas nuvens de chuva. Partes da nuvem ficam carregadas positivamente e outras negativamente.
Quando essa separação de carga é grande o suficiente, ocorre uma descarga violenta de eletricidade – também conhecida como relâmpago.
Tal descarga começa com uma pequena área de ar ionizado quente o suficiente para conduzir eletricidade.
Esta pequena área cresce em um canal de raios bifurcado que pode atingir vários quilômetros de comprimento.
O canal tem uma ponta negativa que dispersa as cargas para o solo e uma ponta positiva que coleta as cargas da nuvem.
Essas cargas passam da extremidade positiva do canal para a outra extremidade negativa durante um relâmpago, fazendo com que a carga seja liberada.