Roma tem um lugar muito exclusivo, digno da Cidade Eterna: os jardins secretos de Horti Farnesiani, construídos há 300 anos entre as antigas ruínas do Monte Palatino, junto ao parque ecológico do Coliseu.
Agora, as fontes e os jatos d´água do Ninfeo degli Specchi (ou Nymphaeum of Mirrors), uma parte muito especial dos jardins, voltaram a fluir e podem ser visitadas pelo público.
A família construiu seu jardim das delícias em meados do século 16. A própria localização, entre as ruínas imperiais romanas, indicava todo o poder e influência dos Farnese.
Espalhados pelas encostas ao norte do Monte Palatino, foram encomendados pelo cardeal Alessandro Farnese e entraram para a história como o primeiro jardim botânico privado da Europa.
No auge do seu esplendor, os jardins Horti exibiam aviários com afrescos, habitados por pássaros raros e exóticos importados das Américas. Uma rara combinação de cultura e natureza.
Uma das esculturas encontradas no teto da caverna |
Havia também antigas esculturas, trilhas para caminhadas, passagens subterrâneas e o Ninfeo della Pioggia. Diz a lenda que o ninfo em forma de caverna teria sido projetado pelo arquiteto Pirio Ligorio, da Renascença.
A vila renascentista foi recriada das ruínas de um antigo palácio imperial, que pairava sobre o Arco de Tito e o Fórum Romano.
Mas, os belos jardins não resistiram à passagem do tempo. No século 18, acabaram abandonados, cobertos de vegetação e praticamente destruídos por arqueólogos que cavaram as ruínas.
Os romanos esperaram 30 anos para vê-los novamente. E ressurgiram, esplendorosos, após uma grande restauração do Monte Palatino, iniciada em 2013. Uma parte foi entregue em 2018.
Na tentativa de reviver o esplendor original, foram plantados louros, ciprestes, árvores cítricas, trepadeiras e rosas de damasco, entre outras espécies de plantas.
O Ninfeo degli Specchi, originalmente coberto com um teto em formato de abóbada, era decorado com mosaicos e espelhos. Os jatos d´água, projetados para surpreender os visitantes, saíam do teto da cúpula para causar o efeito de chuva.
Agora, em pleno século 21, a sensação de chuva volta a impactar os visitantes por meio dos jatos d´água modernos e escondidos mais uma vez no ninfeu.
Tem como não amar Roma?