O BRASILEIRO ACORDA E GRITA NAS RUAS

Os gastos com a Copa foram uma das principais reivindicações nas ruas do país 
Paulistanos protestam na av. Paulista, um dos símbolos da cidade
Protestos contra a Copa nas areias de Copacabana, no Rio

TSUNAMI VERDE-AMARELO

O Brasil vive um momento único, histórico. A sensação é que um tsunami, cujas ondas são pessoas, avançou sobre as principais cidades do país, na velocidade da luz, e tirou todo mundo da zona de conforto.
O mundo parou para assistir, tão perplexo quanto nós, brasileiros, as cenas que estão por toda a parte. Jovens nas ruas, invasão de palácios governamentais, manifestações que surgem em lugares inusitados e que são amplamente divulgadas, especialmente nas mídias sociais. A imprensa tradicional tropeça. O governo está absolutamente perplexo e todos dias vamos dormir com a sensação de que não há absolutamente nada previsto para o dia seguinte.
Ninguém entende nada e não sabe o que vai acontecer no próximo minuto. Nunca vi tanta gente se manifestando, desabafando em praça pública, no Facebook, Twitter. Viramos a vitrine do mundo. Todas as feridas estão expostas e agora é tempo de curar os ossos e de tirar as máscaras. A lama surge de todo lugar. Não temos mais nada a esconder, mas muito o que mostrar. Diante de tanta incerteza, uma única certeza prevalece: nada mais será como antes a partir deste junho de 2013. E, apesar das milhares de análises de especialistas das mais diversas áreas, de comparações com outros períodos da história contemporânea, dos discursos de esquerda, de direita, sabemos que este momento é único e apartidário. É a alma brasileira sendo lavada, sem pudor. O gigante real emerge do mundo virtual. Sai o velho para entrar o novo. E esse movimento tem uma força extra, inexplicável que nada nem ninguém vai conseguir deter. Os jovens quebram todos os cordões de isolamento. E nós os seguimos, mesmo sem saber ainda para onde estamos indo. Mas é um caminho sem volta!

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