Passado o impacto do “pedido de demissão” do príncipe Harry e de Meghan Markle dos seus cargos na realeza, os analistas internacionais começam a fazer contas do quem ganha e de quem perde com a decisão do casal.
Tudo ainda está em discussão. É uma situação complexa porque, além de envolver bilhões de libras, mexe profundamente com a estrutura – leia-se coração – da família real.
A revista The Economist publicou uma longa análise, defendendo a tese de que o duque e a duquesa de Sussex “representam o mais profundo perigo para o arranjo da monarquia com a modernidade.”
Diz a publicação que, sim, existiram ameaças anteriores, vindos de outros membros reais, como Edward VIII, princesa Diana e, mais recentemente, do príncipe Andrew. Mas, a atual “é um sistema econômico inteiro”, afirma a revista.
“Ao deixar de integrar a realeza, ao mesmo tempo em que declaram valorizar a liberdade de obter uma renda profissional, ambos desencadeiam o espírito do capitalismo no centro da monarquia.”
Segundo a The Economist, o casal faz efetivamente algo novo à medida que adota o capitalismo “em sua forma mais bruta e moderna, global em vez de nacional, virtual em vez de sólido, impulsionado a produzir constantemente novos modismos”.
Esse tipo de capitalismo, diz a revista, é o inverso do feudalismo. “Numa sociedade feudal, você é ligado a seus seguidores por laços mútuos de obrigação. No século 21, você acumula seguidores para monetizá-los.”
E prossegue:
“Na sociedade capitalista do século 21, você é impulsionado ao redor do mundo em busca da mais recente oportunidade de marketing.”
O casal quer marca global |
Seguindo essa trilha, o casal patenteou e divulgou o nome de sua marca, Sussex Royal, e criou um novo site, registrando o logotipo para uso em centenas de produtos.
Eles também contrataram uma agência de gestão de marcas e analisam a possibilidade de fazer parceria com a Disney, “empresa que sabe como lucrar com príncipes e princesas, diz a The Economist.
Especialistas em branding dizem que ambos podem ganhar até 500 milhões de libras (cerca de R$ 2,6 bilhões) no primeiro ano.
Além disso, com 10 milhões de seguidores no Instagram, os dois poderiam cobrar até US$ 34 mil por um post patrocinado.
Especialistas em marcas arriscam dizer que Harry e Meghan querem preservar a integridade de sua marca.
“Mas a lógica do capitalismo do século 21 é contra um acordo pacífico. Eles precisarão bem mais do que a herança do príncipe Harry (entre 20 milhões e 30 milhões de libras), para acompanhar os super-ricos globais”, diz a revista.
Quem viver, verá!