O que não falta a Nargis Mohammadi, uma iraniana de 51 anos, é coragem. Há muito tempo ela luta ferozmente pelos direitos das mulheres, pela democracia e contra a pena de morte no Irã.
Não por acaso, ao longo de sua trajetória como ativista – ela é vice-presidente do Centro de Defensores dos Direitos Humanos – passou muito tempo de sua vida atrás das grades.
Mas, nunca desistiu de lutar pela liberdade, nem de defender as mulheres, em um dos regimes mais autoritários do mundo.
O reconhecimento veio nesta sexta-feira (6) com o anúncio, em Oslo, na Noruega, de ter sido a vencedora do Prêmio Nobel da Paz.
“Este prémio é um reconhecimento do trabalho muito importante de todo um movimento no Irã com a sua líder indiscutível, Nargis Mohammadi”, disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comité Norueguês do Nobel.
Mohammadi foi presa devido aos recentes protestos pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial. Na ocasião, mais de 500 pessoas foram mortas durante forte repressão, enquanto outras 22 mil outras foram presas.
A ativista deixou a prisão no mês passado.
“O que o governo pode não compreender é que quanto mais de nós eles prendem, mais fortes nos tornamos”, escreveu ela em dos seus recentes artigos.
Os vencedores do Nobel ganham um prêmio em dinheiro de cerca de US$ 1 milhão e uma medalha de ouro de 18 quilates.
O Nobel da Paz é escolhido por um grupo de especialistas da Noruega a partir de uma lista de pouco mais de 350 nomeações.
